Por questão de respeito aos meus leitores e também por honestidade intelectual, preciso acrescentar algo importante no que se refere ao texto hoje publicado, sobre a tubaína. Depois da postagem descobri que o termo foi usado com sordidez muito maior, pelo presidente. Ao dizer que para a direita recomendava cloroquina e para a esquerda tubaína, ele não estava fazendo referência a um refrigerante popular, sinônimo de pobreza, como fazem seus parceiros ideológicos associando, por exemplo, pão com mortadela aos trabalhadores que protestam. Tampouco fazia referência aos doentes entubados nas UTIs, conforme alguns entenderam, mesmo depois de mais de 16 mil brasileiros mortos pela pandemia do coronavírus.
Na ditadura militar, que ele enaltece, tubaína era o apelido dado a um dos tantos tipos de tortura. Com o preso imobilizado, introduziam um funil na sua garganta e despejavam água (às vezes urina e fezes) de forma contínua, provocando terrível sensação de afogamento. O que muitas vezes de fato acontecia. Entre outros locais, isso era feito na “ponta da praia”, que ele já citou em pronunciamentos anteriores – Base Naval da Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro –, onde pessoas eram torturadas e mortas, também ponto de desova de corpos vindos de outros porões clandestinos.
É inacreditável que isso esteja acontecendo em nosso país: um governo que não respeita a vida dos seus cidadãos e que faz da morte motivo de escárnio e deboche constantes. A ameaça e a perpetração de violências passam a ser conduta política normal e aceitável. O fascismo acima de tudo, Deus como desculpa para aceitação pelos trouxas.
21.05.2020
Honestidade intelectual é o que o Bolsonaro jamais teve. Muito importante que os nossos tenham. Parabéns, Solon.
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Obrigado pelo prestígio de acompanhar meu blog, deputado. Quanto a este senhor citado, não temos mesmo nada o que esperar de bom dele. Abraço!
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