SUSPENSE, MISTÉRIO E THRILLERS
Quando se trata de literatura e de cinema, todo mundo tem o seu gênero predileto. Mas não raras vezes, talvez apenas não entre os adeptos que são mais atentos, detalhistas e bem informados, se chega a confundir seus nomes. Ou ainda a misturar as características que os identificam e definem. Coisa assim como o que sejam o horror e o terror. Ou o que diferencia o suspense do mistério. Acontece que existem pontos em comum. E também se precisa dizer que a tendência atual da ficção é de fato intercambiar gêneros distintos, muitas vezes nada próximos uns dos outros, ao contrário dos citados, que já têm ao natural uma proximidade grande.
Vamos considerar, por exemplo, que thrillers, os romances de suspense e os de mistério partem de uma necessária interação entre personagens que são heróis e vilões. Todos também dependem, para prender seus leitores, de uma série de reviravoltas. Mas, numa tentativa de sermos um tanto didáticos – considere que isso não é necessariamente seguido, nem uma “camisa de força” – os mistérios em geral começam com um crime sendo cometido. Alguém foi assassinado, ocorreu um furto de modo totalmente inexplicável, coisas assim. Então cabe ao protagonista desvendar o que de fato ocorreu. Não há muito suspense, porque o leitor vai sendo informado sobre os fatos no mesmo momento em que o herói. Mais relevante é a novidade, a atmosfera, a forma exclusiva como o crime em questão foi cometido, assim como a astúcia necessária para a sua solução.
Quando temos um thriller, o fator desencadeante da história se trata de uma premissa. Algo que aconteceu remete a um perigo próximo, mas não ainda claro. Pelo menos não sobre quem está envolvido, quais serão os próximos passos, onde o problema irá aflorar. Foi roubada uma arma nuclear, um laboratório teve substância perigosa subtraída, talvez uma explosão tenha paralisado o metrô da cidade ou as comunicações. Deste modo, em geral a primeira cena demanda ação ousada. O inimigo é enigmático, astuto e perigosíssimo. Assim, se no mistério o protagonista tenta resolver um quebra-cabeça, no segundo caso o seu trabalho consiste em frustrar todos os planos do vilão.
Os romances de suspense, por sua vez, têm outro tipo de situação. O fator que deflagra a história em si pode ser qualquer um, mas existe um fato que o diferencia muito: o leitor tem conhecimento o tempo todo de algo que o protagonista desconhece. Isso amplia os níveis de ansiedade, uma vez que a pessoa sabe dos riscos que o herói está correndo, mas esse desconhece a situação. Ele vai entrar na casa, sem saber que seu adversário está à espreita. O leitor, entretanto, sabe disso e sofre com a impotência, com a incapacidade de alertá-lo. É algo psicológico.
Também se pode destacar que, em geral, as “apostas” feitas num livro ou filme de mistério são como um confronto entre duas pessoas, duas posições. Investigador e investigado se digladiam diretamente. Talvez no máximo o conflito esteja posto entre dois pequenos grupos, como o da quadrilha e o da polícia. É algo que pode ser considerado restrito, o que difere do que acontece num thriller. Nesse sentido, as apostas são mais altas e as consequências do sucesso ou do fracasso vão afetar um número grande de pessoas. Como exemplo, citemos uma ação terrorista. E num romance de suspense pode ser tanto um quanto outro caso.
Quanto ao ritmo da narrativa, os mistérios tendem a acontecer de modo bem mais lento, com as pistas aparecendo aos poucos. Como se véus fossem sendo retirados da frente da visão do leitor. O último sai no momento da revelação final, no instante derradeiro. Ideal é que a dúvida permaneça o máximo de tempo. Nos suspenses isso acontece mais rápido. E quando nos deparamos com um thriller, a ação é constante, com raros momentos de arrefecimento. A ação não pode ou não deve parar em momento algum, sendo a adrenalina combustível mais do que necessário.
Para concluir, vamos falar sobre a diferença entre terror e horror, algo citado lá no primeiro parágrafo. O terror é ligado ao medo psicológico, à ameaça de algum perigo iminente. Ele nasce da aflição extrema, do temor de que algo de muito ruim possa acontecer. O horror está mais ligado à repulsa, a presença de uma violência já ocorrida. Nele em geral está estampado o sangue, um cadáver, sempre um quadro estabelecido. É quando o personagem se depara com a cena já concluída e inevitável, chocante e estarrecedora.
31.01.2023

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