Pela terceira vez, em seus 119 anos de existência, o Grêmio tornou-se Hexacampeão Gaúcho. Foi no último sábado, ao derrotar o Caxias, na Arena, pelo placar de 1×0. Foi um jogo duro, no qual o tricolor de Porto Alegre não repetiu suas últimas boas atuações, enquanto os grenás de Caxias do Sul cumpriram à risca uma estratégia que quase conseguiu levá-los para a decisão por pênaltis. O único gol da partida foi marcado por Luis Suárez, cobrando uma penalidade máxima resultante de falta que ele mesmo sofrera, na segunda etapa. Este foi o 42º título estadual que o clube conquistou.
O primeiro Hexa veio em 1967, ocasião na qual 12 equipes disputaram o título no sistema de pontos corridos, todos contra todos em jogos de ida e volta. O Grêmio venceu com duas rodadas de antecedência, no dia 03 de dezembro, ao empatar em 1×1 com o Brasil, em Pelotas. Foram 36 pontos em 22 jogos, com 16 vitórias, quatro empates e duas derrotas. Na época cada vitória valia apenas dois pontos e não os três, como tem sido nos últimos anos. O time que iniciou a partida que valeu a taça teve Arlindo; Altemir, Paulo Souza, Áureo e Everaldo; Cléo e Sérgio Lopes; Babá, Joãozinho, Alcindo e Volmir. O técnico era Carlos Froner. Foi vice o Internacional, com Farroupilha (Pelotas) em terceiro e Guarany (Bagé) em quarto.
O segundo Hexa foi alcançado em 1990, com um time que fora apelidado de “Grêmio Show”. Eram 14 clubes na fase classificatória, com os quatro melhores decidindo em um quadrangular final, para o qual chegaram dois times de Porto Alegre e dois de Caxias do Sul. O jogo do título foi no dia 29 de julho, Grêmio 4×1 Internacional. O time que começou o Gre-Nal decisivo teve Mazzaropi; Fábio Lima, João Marcelo, Luis Eduardo e Élcio; Jandir, Cuca, Assis e Darci; Nilson e Paulo Egídio. O técnico era Evaristo de Macedo. Foi vice o Caxias, com Internacional em terceiro e Juventude em quarto.
O terceiro Hexa – o de agora – chegou com uma campanha de 11 vitórias, três empates e uma única derrota. O Grêmio, treinado por Renato Portaluppi, saiu jogando na final com Adriel; João Pedro, Bruno Alves, Kannemann e Reinado; Villasanti e Carballo; Bitelo, Cristaldo e Vina; Suárez. Foi vice-campeão o Caxias, com o Internacional em terceiro e Ypiranga (Erechim) em quarto.
No Brasil, em função de seu tamanho e também por razões culturais, existem campeonatos que não acontecem, por exemplo, nos países europeus. Por lá a única competição por pontos corridos é a nacional, existindo também copas, como as que aqui começaram no final dos anos 1980 – a primeira Copa do Brasil foi em 1989, com o Grêmio vencendo o Sport Recife na decisão, por 2×1. Antigamente todas essas disputas estaduais viviam sendo alternadas, entre os dois semestres do ano, em função da escolha da confederação sobre o período no qual ela iria realizar o campeonato de âmbito nacional. Isso deixou de acontecer e há alguns anos a temporada começa com disputas estaduais e regionais, ficando o Brasileirão e a Copa do Brasil para serem decididas próximo ao final.
Há quem defenda a ideia de serem suprimidas essas competições, que consideram “menores”, para que sejam priorizadas aquelas disputas das diversas divisões nacionais – Séries A, B e C, principalmente. Isso seria atentatório à história e quem pensa assim esquece que os grandes clubes foram forjados justamente nesses “confrontos clássicos” locais. Como imaginar um Gre-Nal sem os Gauchões todos que foram disputados? O mesmo vale para o Fla-Flu e o Clássico dos Milhões (Vasco x Flamengo), no Rio de Janeiro; um Palmeiras x Corinthians ou um San-São (Santos e São Paulo); um Ba-Vi (Bahia x Vitória) em Salvador; um Atletiba (Athletico x Coritiba), no Paraná; um Clássico Rei (Ceará x Fortaleza), na capital cearense; um Remo x Paysandu, em Belém; Guarani x Ponte Preta, em Campinas; e tantos outros em Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e quaisquer estados da federação.
As disputas locais não arrecadam os mesmos valores que aqueles campeonatos de mais visibilidade e patrocínio. Mas, essa paixão e esse amor não têm preço, não podem ser esquecidos, não devem ser abandonados. Perguntem aos colorados se eles não gostariam de ter levantado a taça, agora no dia 8. Ou aos gremistas, se já não estão sonhando com o Bi-Hepta, a ser conquistado no ano que vem. No mais, que “siga la pelota”, um dos bordões do narrador Milton Leite, disparado entre os melhores do Brasil.
10.04.2023

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