CEM MIL ACESSOS

Exatamente às 7h47min desta segunda-feira, 13 de junho, esse blog atingiu a marca de cem mil acessos. Para que esse número expressivo fosse alcançado foram necessárias 404 postagens, com a primeira delas sendo feita no dia 06 de abril de 2020. Isso dá uma média de 247,5 visualizações em cada texto. Algo bem razoável, considerando que tudo começou em função da pandemia e da consequência de ter que ficar mais tempo em casa, ocioso. Ou seja, a primeira motivação foi ser uma válvula de escape para a minha ansiedade crescente.

Eu já havia pensado nessa possibilidade antes, a de me tornar um blogueiro, mas as circunstâncias me tiraram da posição cômoda para a necessidade de agir. Assim, apesar da ideia prévia de que precisaria de algum profissional que me auxiliasse com a arquitetura da página, talvez com custo proibitivo, terminei por tentar – e consegui – resolver isso sozinho, depois de ver alguns tutoriais na internet. Então bastou fazer a minha inscrição no WordPress e me atirar nesse mundo que de fato é estranho, mesmo que a gente vá se acostumando com ele.

Hoje escrevo para pessoas que conheço e para outras de quem sequer ouvi falar antes. Que chegam ao blog por caminhos muitas vezes insondáveis. São recomendações, procura em sites de busca, leitores de outros blogs que compartilham parte do que se produz e é do agrado deles. Isso porque blogueiros vão aos poucos formando comunidades. Ou pelo menos alguma cumplicidade. A gente aprende a reconhecer e valorizar o esforço dos demais, através das nossas próprias dificuldades. Enfim, tudo isso vai alavancando audiência.

Outra coisa que considero importante é a disciplina, a garantia da manutenção de uma periodicidade exata. Publico sempre a cada dois dias. Faço isso religiosamente, até porque acredito que falhando uma única vez fico mais propenso a repetir a ausência, até que ache natural o fracasso do projeto. Algo assim como frequentar uma academia: se uma vez você falha e não faz os exercícios, se torna mais fácil arranjar outras desculpas e seguir faltando.

Para propagar o que faço, uso apenas meus contatos no WhatsApp e, agora mais recentemente, voltei a fazer o mesmo no Facebook. Mas esse segundo com muito menor ênfase e esperança de resultado real. Algo quase amador, como de algum modo o próprio blog também é, mesmo eu sendo um profissional da escrita, com formação em Jornalismo e mestrado em Letras. Entretanto, asseguro que tudo é feito por e com prazer, jamais sendo visto como obrigação. E muito menos, ao menos até agora, como uma fonte de renda que atinja alguma relevância para o meu sustento. Isso apesar de ter passado a incluir, com razoável frequência, links que sendo usados pelo meu público me rendem alguns tostões.

Escrever é algo solitário. Resulta de um momento de recolhimento, que é paradoxal porque a gente se volta para dentro, com a consequência disso resultante sendo exposta, levada para fora. E inspiração, apesar de muita gente achar que é algo inato em quem consegue escrever, uma coisa mágica, nada mais é do que a observação cuidadosa do que acontece ao nosso redor. Ou a busca do que já aconteceu e está no fundo da nossa memória, um arquivo muito vivo precisando apenas ser aberto com carinho e muito respeito. Afinal, somos apenas o que a nossa história registra.

Quem tem me prestigiado com a leitura sabe que tudo pode ser assunto aqui. Não imponho limite aos temas, que passeiam desde uma simples notícia de jornal, uma música ou livro, um acontecimento político ou esportivo, fatos cotidianos, hábitos e costumes, alguma série de TV ou filme, lembranças da infância e adolescência, até alguma pessoa que eu admire. Ou deteste – também tenho essa característica tão humana e desagradável. Mas procuro ser justo nas críticas negativas tanto quanto nos elogios e em análises que se pretenda isentas. Entretanto, tenho lado e não o escondo. Assumo minhas posturas e admito meus erros. Enfim, o texto de hoje foge um pouco à regra. Se justifica pelo patamar que todos os anteriores juntos conseguiram atingir. E pela necessidade de registrar meu sincero agradecimento a quem tem me acompanhado até aqui.

14.06.2022

O bônus de hoje é a música Me Ensina a Escrever, de Oswaldo Montenegro.