Acontece mais ou menos assim: os policiais ou agentes se aproximam de um suspeito, mas bem antes de estarem de fato perto, fazem uma alerta que se revela inoportuno. Uns trinta metros distantes gritam “FBI” ou ainda “polícia de Chicago”. Pronto! O cara sai correndo e os outros o perseguem, algumas vezes tendo sucesso e em outras não. Incrível como esses norte-americanos adoram uma perseguição. Quando não podem ser de automóveis, que sejam a pé mesmo. Entretanto, apesar desse detalhe, sigo sendo fã das três franquias Chicago e das três franquias FBI. Na verdade, gosto um pouco mais das primeiras, mas vejo todas quando posso.
Em outra oportunidade revelei aqui que gosto de séries. São como as novelas, com a vantagem de que, mesmo havendo uma sequência lógica na apresentação dos episódios, que se revelam lineares, cada um deles têm vida própria. Possuem começo, meio e fim, podendo ser vistos sem a obrigação de que se veja os seguintes para entender o desenrolar da história. E esse fato que eu “denunciei”, um entre outros tantos que são a repetição de uma fórmula, também acontecem na teledramaturgia da Globo, por exemplo.
Quem está vendo a atual novela das 21 horas – Travessia –, da autoria de Glória Perez, confirma isso com facilidade. Toda e qualquer uma que tenha seu nome assinando o texto, repete uma série de eventos, dando a impressão que ela tem um arquivo no computador e apenas o atualiza, mudando nomes dos personagens e local da trama. No início, sempre ocorre algo no exterior, tendo sido desta vez em Portugal. Temos um dos núcleos em subúrbio do Rio de Janeiro, onde há um bar ou restaurante que recebe músicos que “alegram” personagens e público. Nos arredores, uma fofoqueira de plantão trata de falar da vida alheia. E uma causa é sempre defendida, como a necessidade de rampas para acesso para pessoas com deficiência vista agora. Outro detalhe é que ela busca dar visibilidade a algo que sociedade desconhece, como desta feita está fazendo com a existência de pessoas assexuais, aquelas que não têm atração ou desejo erótico pelo outro.
Agora, temos também um hábito que antes era visto apenas nas séries produzidas fora daqui e que, aos poucos, foi sendo incorporado. Falo da retirada da camiseta ou camisa que um protagonista esteja vestindo, tão logo comecem algumas preliminares que indiquem vá acontecer uma, digamos, interação física mais profunda. Tudo começa com os beijos, evidentemente. Mas o próximo estágio é um dos dois remover a roupa do outro(a), que de súbito se tornou um empecilho. Em geral é a do homem, retirada, no caso de um casal hetero. Até porque sendo a da mulher, se cria necessidade de avaliar se a personagem tem ou não característica de usar soutien. O que, dependendo do horário e do tipo de produção, requer um certo cuidado.
Refiro ainda que algo chamado de crossover acontece muitas vezes nas séries das franquias que citei no começo. Esse é o nome dado quando personagens de uma das histórias aparecem nas outras, ocorrendo uma espécie de parceria. Muitos anos atrás, lembro que isso chegou a ser feito nas telenovelas, o que nunca mais foi repetido. O que se repete com maior frequência é a continuidade da história, em outra obra. Como foi feito com as recentes Novo Mundo (que se passa no período de Dom Pedro I) e Nos Tempos do Imperador (período de Dom Pedro II). Ou, ainda, com o aproveitamento de algum personagem isolado, que volta depois de ter feito sucesso.
Exemplos do que citei acima são Dona Armênia e seus três filhos, que surgiram em Rainha da Sucata (1990) e voltaram em Deus nos Acuda (1992). Também Murilo Pontes, de Pedra Sobre Pedra (1991), que voltou em A Indomada (1997). O personagem Jamanta, de Torre de Babel (1998) retornou em Belíssima (2005). Mário Fofoca conseguiu proeza ainda maior, uma vez que reapareceu muito mais tempo depois da estreia: esteve em Elas por Elas (1992) e em Ti-Ti-Ti (2010), com uma aparição intermediária em episódio de Sai de Baixo. Consegui encontrar um total de 23 repetições em novelas diferentes. A mais recente delas está ocorrendo agora, justamente em Travessia. Glória Perez reciclou três personagens de sua Salve Jorge (2013): a delegada Helô, sua funcionária Creusa e o advogado Stênio.
Dias atrás, camisetas foram removidas em Travessia. Aliás, em mais de um momento, com diferentes casais. Só nos falta agora que a delegada Helô saia atrás de algum meliante, gritando antes da hora.
13.01.2023

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