AMANHÃ, O NOSSO FUTURO
A noite de hoje tem tudo para ser longa e o dia de amanhã também. Mas, o maravilhoso é que essas poucas horas poderão outra vez nos oferecer um horizonte, iluminando caminhos com as cores da esperança. Há de estar no fim o tempo da escuridão, no qual a ignorância plantou apenas ódio, rancor e desunião. Agora temos apenas o percurso que separa as nossas casas dos locais de votação, deixando para trás aquilo que nunca deveríamos ter tido pela frente. É hora dos votos convictos sobre ser a reconstrução nacional imperiosa terem junto consigo aqueles outros que muitos chamam de úteis. Eu prefiro chamar de pragmáticos. Ambos precisam se somar na defesa da democracia. Só existe uma alternativa viável, só existe uma saída inteligente e pacífica. Apenas uma via pode nos recolocar na rota do desenvolvimento seguro que já conhecemos antes.
Lula já disse a que veio, nos dois mandatos anteriores que exerceu. Ele provou que tem compromisso com os mais pobres, conseguindo que a ONU tirasse oficialmente o Brasil do Mapa da Fome, para onde voltamos outra vez com Bolsonaro. Em termos de saúde, enfrentou a epidemia de H1N1 comprando vacinas e imunizando 88 milhões de brasileiros em tempo que foi recorde mundial. Lançou o Mais Médicos, a Farmácia Popular – que teve corte de 60% feito por Bolsonaro. Com ele o Saúde da Família passou a atender 61% da população. Lula também reformou 15,6 mil Unidades Básicas de Saúde e criou 449 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Quando presidente, Lula triplicou o orçamento do MEC. O número de jovens nas universidades foi de 3,5 para oito milhões; o de escolas técnicas pulou de 140 para 562; 8.664 creches e pré-escolas foram construídas. E a merenda escolar passou a atender 41,3 milhões de estudantes. Com ele foram criados mais de 15 milhões de empregos com carteira assinada e o salário mínimo sempre cresceu acima da inflação, que foi controlada. O desmatamento da Amazônia foi reduzido a menos de um terço; o preço do botijão de gás não subiu nem dez reais, ao longo do seu tempo.
O Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida transformaram a realidade de milhões de pessoas. Foi ele que sancionou o Estatuto da Igualdade Racial, a Lei Maria da Penha e assegurou o direito das pessoas trans terem seu nome social nos documentos. Lula, hoje perseguido por boa parte dos evangélicos pentecostais, foi quem sancionou também a lei que garantiu a liberdade religiosa. Ele promoveu a cultura com uma série de programas que levaram cinema e teatro às periferias, entre outras iniciativas até então inéditas. Lula sempre defendeu a soberania nacional e jamais bateu continência para qualquer bandeira estrangeira.
Esses três parágrafos anteriores não pretendem apresentar um relatório com todas as realizações de Lula na presidência da República. Seriam necessários muitos outros mais. Discorri apenas sobre alguns detalhes dos quais lembrava, sem a preocupação de realizar uma pesquisa que aprofundasse dados. E isso nem é necessário, porque bastam esses poucos exemplos para que a diferença entre ele e Bolsonaro já seja gritante, oceânica, descomunal. Só no primeiro dos itens que eu citei, a questão da fome, as atitudes do atual mandatário foram acabar com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar; com os até então existentes estoques regulatórios, que controlavam o preço de alimentos; abandonar a agricultura familiar – que produz 70% do que comemos – destinando recursos para a agroindústria exportadora; e retirar dinheiro da merenda escolar. O resultado foi termos hoje 33 milhões de pessoas passando fome e 61 milhões não conseguindo fazer três refeições por dia.
Bolsonaro é um indigente. E, apesar da obviedade ululante – obrigado, Nelson Rodrigues – dessa afirmação, ainda assim será preciso um certo distanciamento temporal para que se perceba a profundidade do mal que ele representa. Para que nos demos conta de fato do grau de destruição que ele está deixando no seu rastro. Sempre é assim com a História. Por mais atento que se esteja, apenas o tempo e o baixar da poeira revela o que antes, por perto demais dos nossos olhos, foi visto com menor nitidez do que o recomendado.
Ele não é humano, no sentido respeitoso dessa palavra, mas também não é um animal. Nenhuma espécie merece ser ofendida sendo com ele comparada. Se trata de um tipo de vírus, talvez. Agiu em parceria com o da covid, matando, ceifando vidas e sonhos. Rindo da dor alheia e ainda comemorando a chance de permitir os trinta mil mortos que a ditadura, na opinião dele, deveria ter propiciado a mais. Nisso, apenas nisso, ele se superou. Mais da metade dos quase 700 mil brasileiros vitimados pela doença poderiam ter sido salvos, se ele tivesse agido com competência mínima.
Ele também é um covarde que se esconde atrás de um suposto apoio de parte das Forças Armadas; da organização e fornecimento de armas para parceiros milicianos; do uso da fé de incautos como escudo; e também da propagação de mentiras pelas redes sociais. É uma fraude dolorosa que, neste domingo, os brasileiros e as brasileiras que realmente merecem ser chamadas de “pessoas de bem” precisam remover da presidência. Nada de adiar isso para o segundo turno: vamos resolver agora, imediatamente.
Não votar em Lula amanhã é prorrogar a agonia. É dar uma chance ao azar. É permitir mais um mês de negociatas, de farta distribuição dos recursos públicos apenas na tentativa de assegurar a continuidade de um desgoverno que não tem realizações. Que governa para poucos. Que nos envergonha internacionalmente. Vamos honrar nossa história, nossa bandeira. Vamos defender a vida, a dignidade e a paz. Nosso futuro (re)começa amanhã. O Brasil merece e precisa voltar a ser feliz.
01.10.2022

O bônus de hoje é duplo. Primeiro temos Guilherme Arantes com sua Amanhã. Depois é a vez de Hino ao Inominável, com letra de Carlos Rennó e música de Chico Brown e Pedro Luís. É uma canção-protesto com 202 versos, mais o refrão, contra o ódio e a ignorância que estão no poder em nosso país. Foi lançada em 17 de setembro de 2022. Vários artistas participaram da gravação, entre eles Arrigo Barnabé, Bruno Gagliasso, Chico César, Dexter, Leci Brandão, Marina Lima, Paulinho Moska, Wagner Moura e Zélia Duncan.
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