Me deixe começar hoje com uma pergunta. Trata-se de algo que parece bem simples, mas que requer uma resposta sincera sua. E não adianta tentar enganar a si próprio(a): Qual foi a última vez que você fez alguma coisa pela primeira vez? Veja que a questão não se refere às desimportâncias da vida, como a ida a um novo supermercado que se instalou no bairro. Me refiro ao que tenha relevância: realizar um sonho, enfrentar enfim aquela velha aventura, correr algum risco, se permitir uma compra sempre adiada por medo de abalar o orçamento. Pode ainda valer para uma nova paixão sua; tentar aprender a tocar um instrumento; se matricular em um curso considerado por outros como inapropriado, devido ao seu ramo de ocupação ou sua faixa etária. Quando, afinal, você se permitiu fugir do padrão, enfrentar a rotina e surpreender a si mesmo(a) pela ousadia?

Estar de fato no mundo é permanecer aberto(a) a experiências. Por isso a juventude é um período tão importante: porque cheio de oportunidades. E também é por isso que as pessoas que amadurecem conservando a essência de momentos anteriores, têm melhores condições e um maior potencial para encontrar felicidade. Quem desiste de avançar, retrocede. Quem desiste de crescer, encolhe. Agora, o mais interessante é que estas observações valem para qualquer faixa etária. Quem de nós não conhece algum idoso ou idosa que aparenta ter muito menos idade do que realmente tem? E talvez a imensa maioria de nós também saiba de jovens que agem como idosos, perdidos na desesperança, derrotados por um eventual insucesso.

Se eu citei a necessidade de ousadia, convém lembrar que ela não é um nome que se deva dar à irresponsabilidade. Se trata de um passo além da coragem, mas que não abre mão da prudência mínima e que valoriza a criatividade. Ser ousado(a) é buscar soluções, construir pontes, tomar a iniciativa em relacionamentos. É saber o momento certo de espiar do outro lado do muro, para saber o que existe por lá. É cruzar algumas das tantas fronteiras que a vida nos impõe. Ousa quem aceita ouvir pontos de vista totalmente opostos aos seus, sem cara feia nem um julgamento prévio. Ousa quem recusa se acomodar.

A rotina, por seu turno, raramente embriaga. Mas nos dopa de um outro modo, cegando e acomodando as pessoas. Tem gente que sequer se permite ir a um cinema, que jamais pediu sugestão de um livro para ler, que não sabe o que é um teatro, que não se imagina imóvel diante de um quadro tentando imaginar o que o pintor buscou mostrar. E pequenos exemplos como esses estão sendo dados aqui, porque todos emocionam quem se abre. Acredite que eles são oferecidos sem custo, em muitos locais e oportunidades. Deste modo, essa desculpa trate de botar agora mesmo de lado.

Também, não se prive de atenção e carinho. Se você está sozinho(a), isso não é uma condenação. A solidão até pode ser boa, desde que voluntária. Mas não se afaste das outras pessoas. Acredite que a imensa maioria, se não a totalidade, tem histórias muito interessantes para compartilhar. E conte as suas em troca. Ser desconfiado(a) vez por outra é bom, mas se isso for uma característica permanente vai equivaler a olhar o mundo só através da janela. Ou pelas modernas telas de TV e de celulares. A existência passa depressa e são saudáveis apenas as saudades do que se fez e das pessoas com quem compartilhamos a vida. Então, trate de pensar naquela pergunta que eu fiz lá na abertura. Se nem lembrar da resposta ou se fizer tempo demais, resolva isso logo. E, se for possível, escreva me contando sobre o passo que afinal decidiu dar.

21.03.2023

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