Os porto-alegrenses já devem ter se dado conta de que as farmácias da capital estão quase todas migrando para esquinas. Talvez porque seja uma forma de serem vistas mais de longe, com seus luminosos alcançando os clientes potenciais ao mesmo tempo, em mais de um caminho. O que também não deixa de ser simbólico, porque remédios são mesmo uma encruzilhada para a maior parte da população, se considerarmos seus preços crescentes e a necessidade também em alta, quando se trata de pessoas de mais idade.

Agora, quero revelar para vocês aqui uma outra coisa, um detalhe que me irrita profundamente cada vez que preciso entrar em qualquer uma delas. Você não consegue saber o preço de medicamento algum, sem que seja informado de um outro valor, obviamente fictício, sobre o qual estarão te oferecendo um suposto desconto. É o “de tanto por tanto”, que também só fornecem depois de você dizer o número do seu CPF. Isso é feito com naturalidade suficiente para parecer que se trata de uma obrigação sua, o que não é verdade. Talvez exceto se estiver adquirindo algo que tenha receita retida, seus dados pessoais, para uma compra tão simples, não têm que ser tornados públicos. É que eles buscam fidelizar o cliente e fazem de conta que, graças a esse dado pessoal, você tem um atendimento que também difere do habitual.

O que as pessoas nem sempre percebem é que o preço real de venda não é o primeiro, mas sim esse segundo que comunicam. Esse subterfúgio, no entanto, serve para constranger quem está comprando de pedir uma redução verdadeira. A pessoa tende a sentir-se já agraciada pelo grande “esforço” feito pela atendente em lhe assegurar o produto sem que precise deixar um dos seus rins no caixa. Mas, podem acreditar, se for feito uso do “choro”, cai o preço sem que caia lágrima alguma. O pessoal que trabalha nesses estabelecimentos tem uma meta de vendas que precisa ser batida, além de uma informação prévia de até quanto podem ir, se instados a ofertar por menos.

O Rio Grande do Sul tem 5.700 farmácias, aproximadamente. E a cada cinco dias uma nova unidade é aberta. Deste modo, o Estado tem uma das maiores concentrações de lojas de medicamentos em todo o mundo. No Brasil como um todo o quadro não é muito diferente, estando apenas um pouco abaixo. Isso porque o sul tem proporção maior de idosos, que são os maiores consumidores; possui um sistema mais aprimorado em termos de serviços de diagnósticos; e enfrenta algumas doenças que são sazonais. Esses estabelecimentos também têm se aprimorado no sentido de oferecer gama maior de produtos de beleza e até mesmo aqueles que antes só se encontravam em lojas de conveniência. Quanto ao seu faturamento, em 2021 o setor farmacêutico movimentou pouco mais de R$ 88,28 bilhões em todo o país, o que representou um crescimento de 14,21% em relação ao ano anterior.

Pronto! Você está em uma farmácia e já fingiu que engoliu aquela história toda, de ser alguém especial recebendo um desconto muito além do esperado. Pode até ter poupado mesmo uns “pilas” e basta que a balconista feche sua conta para que você pague e volte para casa. Mas, não será assim tão fácil. A partir desse momento começa o rosário de ofertas. “Aproveite e leve agora também tal coisa”, insiste sorridente a funcionária, falando de uma promoção fabulosa. Sim, pague hoje pelo tratamento da doença que você talvez tenha amanhã. Vitaminas e outros suplementos, então, se eu comprasse todas as que me oferecem acho que detonaria fígado e sistema urinário, tamanho o excesso que o organismo teria para eliminar. O que me obrigaria com certeza a voltar lá, com uma lista maior de medicamentos para adquirir, claro.

02.02.2023

Temos um número absurdo de farmácias no Rio Grande do Sul

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7 Comentários

  1. Da última vez q estive no Brasil observei que haviam tantas farmácias qto igrejas pentecostais. Rsrs Também mtas faculdades.
    Na Bélgica são as lojas de frituras que ficam em esquinas.

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  2. Eu reparei que aqui em São Paulo, as farmacias se multiplicaram. No bairro em que vivo tem várias numa mesma rua e geralmente em esquinas. Curioso que soube que quase todas pertecem a um mesmo grupo. São Paulo, Drogasil, Raia.
    Mas acho que isso diz muito a respeito desse tempo em que as pessoas buscam por felicidade em código de barras.

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  3. É espantoso o número de farmácias no Brasil. Às vezes, me pergunto como um negócio desses não se satura. Vê é a cultura da automedicação. Parabéns pelo texto.

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