NECESSIDADE DE EXERCÍCIOS
O relógio que uso no pulso vez por outra começa a vibrar e a emitir sinais luminosos, exigindo que eu saia da frente do computador. Estou tratando de escrever algum texto para o Virtualidades ou preparando a edição do Espaço Plural e ele protesta, dizendo que estou sentando por um tempo demasiado. Mas não consigo escrever em pé, muito menos caminhando ou correndo. Só que ele não compreende isso e assegura também que o meu coração concorda com ele, precisando de exercícios. Prevalece a ordem meio que “levanta-te e anda”, aquela que Cristo teria dado a um deficiente, assegurando que pela fé ele não iria precisar mais das suas muletas. Imagino também que, em situação bem mais extrema, algo tão radical quanto isso deve ter sido pronunciado por ele, para que Lázaro abandonasse seu túmulo e voltasse à vida. No momento, em que pese as dores na coluna, felizmente não apresento deficiência física. E acho que morto não estou, ou o relógio me avisaria.
Tenho uma certa dificuldade em me acostumar com todas essas tantas possibilidades que a tecnologia fornece para melhorar nosso cotidiano. Claro que a intensão é sempre boa e os resultados podem ser também muito interessantes. É que eu sou de um tempo no qual relógios serviam para que se visse a hora. E eles tinham ponteiros. Quando os primeiros digitais surgiram no mercado, já foi uma revolução. Agora ele monitora meus batimentos cardíacos e a qualidade do meu sono, informa quantos passos eu dei ao longo do dia, calcula as calorias que eu gastei para fazer isso e também o meu nível de estresse, elabora planos de vários tipos de treinamento físico, coloca no visor temperatura ambiental e a previsão climática do dia, antecipa as mensagens que chegam no meu celular, serve como cronômetro, como controle remoto para câmara… Tem muito mais do que isso, mas não tenho paciência sequer para ler o manual de instruções com a atenção que precisaria dedicar.
Tudo bem: tirando essa minha implicância com esse dispositivo que tenta controlar boa parte da minha vida – os algoritmos fazem isso o tempo todo, sem evidência e nada preocupados com nossa saúde –, admito ser grande a importância do combate ao sedentarismo. Não tenho mais a pretensão de que exercícios me deixem bonito, pois isso seria verdadeiro milagre. No entanto, mais saudável com certeza eles podem deixar. Sei por informação que eles fortalecem o sistema imunológico, previnem o aparecimento de doenças crônicas, minimizam o impacto natural trazido pelo processo de envelhecimento e até ajudam a manter a mente saudável. Esse último efeito já deveria ser o suficiente para que eu me tornasse um entusiasta. Afinal de contas, capacidade de raciocínio e lucidez, memória e outras funções cognitivas são fatores primordiais inclusive para o exercício profissional, o que dirá para o relacionamento interpessoal.
Enfim, preciso aproveitar o fato de meu prédio ter uma boa academia instalada no primeiro andar, o que facilita tudo ao nem sequer exigir deslocamento. E também seguir com mais atenção as recomendações que o Rodrigo me passa, no único dia da semana no qual tenho um acompanhamento profissional para a atividade física. Para ambos os casos, disciplina e persistência são as qualidades exigidas. Deste modo, recomendo aos meus leitores e leitoras que façam também isso. De preferência com uma dedicação maior do que a minha de até agora. Nem a falta de uma academia pode ser desculpa, porque existem as de baixo custo, como no SESC. Algumas localidades inclusive oferecem isso gratuitamente, em iniciativas das prefeituras. E há locais públicos, como os parques e praças com aparelhos. No mínimo caminhadas podem ser feitas. Eu, de minha parte, prometo me empenhar para melhorar nisso. E, quanto ao relógio, não se trata de algo imprescindível, mas se tiverem acesso a um deles, o instrumento de fato ajuda. Tem feito isso até comigo, que sou mesmo um rabugento quando o assunto é esse.
14.02.2023

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Após temos o bônus de hoje, que é o áudio de Estrelar, com Marcos Valle. Essa música foi o principal hit do disco que ele lançou em 1983.
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