ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

Lula está de volta. Vai assumir hoje, em Brasília, pela terceira vez a presidência da República. Chegou lá com o esforço coletivo de quem desejava a volta da democracia, da sensatez, da preocupação social, do respeito à saúde, à educação, ao meio-ambiente. O necessário trabalho de retomada dos nossos destinos começou com a conscientização, seguiu com uma campanha duríssima, passou pela conquista dos votos suficientes, pela diplomação e chega ao momento maior, com o grande vitorioso subindo a rampa do Palácio do Planalto. Claro que depois virá a limpeza dos escombros, a execução de planos que possam reconstruir tudo o que vem sendo posto abaixo ao longo de seis anos. E isso não será nada fácil.

O novo presidente é a esperança de todos, na forma humana. O que torna mais do que nunca apropriado que o símbolo do seu partido seja uma estrela. Ele próprio também é uma estrela. Ambos são a luz que deverá guiar a reconquista do respeito, da autoestima, da identidade do povo brasileiro. Depois de tanta escuridão, em almas e pensamentos, em posturas e em ações – ou falta delas –, agora a luz precisa brilhar. Vai brilhar, porque esse é o desejo de mais de 60 milhões de brasileiros, a mais expressiva votação de toda a nossa história. Pessoas de todas as classes sociais, credos e etnias, que juntas buscaram conjugar o verbo “esperançar”. Gente que quer livros e não armas; vacinas e não mortes; educação e ciência ao invés de ignorância; a verdade substituindo as mentiras; que exige respeito, saúde, dignidade, alimentação, segurança verdadeira, emprego e tranquilidade.

Luiz Inácio Lula da Silva já mostrou que é um homem iluminado. O líder maior e único capaz, nesse momento, de liderar de fato a nação para o reencontro com sua história e seu destino. Estamos acordando de um pesadelo, enorme e improvável. E devemos reacostumar nossos olhos, nossos sentidos, para a luz de novos dias. A mesma luz que precisa assombrar as milícias, os falsos cristãos e as viúvas de tempos ditatoriais. A luz das estrelas PT e Lula.

Nosso Sol também é uma estrela e todas as estrelas que vemos nas noites de céu claro são sóis que estão distantes de nós. O firmamento nos oferece esse espetáculo, talvez com a intenção de que possamos perceber nossa real pequena dimensão. E nos apresenta outros tantos, como eclipses, superluas e chuvas de meteoros. O ano que começa hoje será pleno nesses eventos. Se hoje o céu simbólico de Brasília estará tomado por estrelas subjetivas, da política, entre os dias 3 e 4 deste mesmo mês de janeiro estão previstas chuvas de meteoros (Quadrantis), que encherão nossa atmosfera noturna de “estrelas cadentes”. Esses meteoros ficarão incandescentes ao cruzar os céus. Mas em outras 11 ocasiões ao longo do ano poderão ser vistos.

Entre os dias 22 e 23 de abril será possível ver cerca de 15 meteoros por hora (Líridas). O mesmo ocorrerá em maio, entre os dias 6 e 7, em muito maior número, perto de 30 a cada 60 minutos (Eta Aquaridas), sendo essa chuva associada ao cometa Halley. Na verdade, todas são associadas a algum cometa, pois eles deixam no seu rastro esses fragmentos. Entre 28 e 29 de julho será a vez da chuva de meteoros Delta Aquaridas, com cerca de 25 objetos por hora. Também teremos esse fato uma vez em agosto, mais duas vezes por mês em outubro, novembro e dezembro. Ou seja, parece que alguma força superior está preparando confirmações constantes para o nosso país, que terá “estrelas” na terra e nos céus. Talvez alguém nas alturas tenha se cansado da apropriação indevida da expressão “Deus acima de todos”.

Apenas um eclipse solar poderá ser visto no Brasil esse ano. Vai ser em 14 de outubro e do tipo total, uma vez que a Lua vai passar na frente do Sol, transformando-o em um anel luminoso por alguns minutos. Se formos outra vez apelar para simbologias, se pode dizer que problemas de fato podem ocorrer, mas estaremos torcendo para que sejam poucos e breves. Quanto às superluas, essas serão quatro e visíveis daqui: em 2 de julho, 1º de agosto, 31 de agosto e 29 de setembro. Considerando que toda Lua cheia remete ao amor, ao sagrado, esses momentos nos quais ela fica mais de 15% maior do que seu tamanho normal – o satélite está no seu perigeu, o ponto de órbita mais próximo da Terra –, temos mais presságios positivos.

Isso posto, se você não conseguiu um modo de estar hoje em Brasília, pode ver a cerimônia pela televisão. Se nem isso for possível, seja por que razão for, ainda restam as coberturas jornalísticas. E mais todos esses vislumbres astronômicos para o resto do ano. O importante é estar sintonizado(a) com tudo o que de bom virá nas nossas vidas privadas e para a coletividade, se a gente contribuir para tanto. Vamos com fé, mas a verdadeira e não a manipulada; com esperança redobrada; e com disposição para seguir trabalhando muito – a gente sabe que as coisas não serão fáceis – na busca e na manutenção da felicidade. Porque esse Ano Novo há de ser mesmo novo, assim na Terra como no céu. Todos nós merecemos isso.

1º.01.2022

O bônus de hoje é com o Grupo Revelação e sua música Está Escrito. O áudio pode ser acessado logo abaixo.

Está Escrito – Grupo Revelação

Uma vez
Mensal
Anualmente

Se você gostou desta crônica ou de outras das nossas postagens, ajude a manter este blog em atividade, com contribuições.
Elas podem ser únicas, mensais ou anuais.
Selecione sua opção e confirme no botão abaixo.

Faça uma doação mensal

Faça uma doação anual

Escolha um valor

R$10,00
R$20,00
R$30,00
R$15,00
R$20,00
R$25,00
R$150,00
R$200,00
R$250,00

Ou insira uma quantia personalizada

R$

Agradecemos sua contribuição.

Agradecemos sua contribuição.

Agradecemos sua contribuição.

Faça uma doaçãoDoar mensalmenteDoar anualmente

SANTA FELICIDADE!

Em Curitiba existe um bairro com esse nome: Santa Felicidade. Ele se caracteriza por ser uma região cheia de restaurantes e lojas com produtos gourmet. Por lá se encontram excelentes vinhos e queijos, por exemplo, além de charcutarias de qualidade. Trata-se de um enclave italiano, com grande movimento de turistas. Nele existe o Memorial da Imigração Italiana, espaço cultural localizado em um parque, que abriga eventos como a Festa da Uva – está longe de ser como a de Caxias do Sul, mas tem seu valor e importância. E existe a igreja da Paróquia São José e Santa Felicidade (eu não sabia que santos faziam condomínios), na avenida Manoel Ribas, que possui um teto ricamente ornamentado e foi construída nos anos 1800. Confesso que estive poucas vezes na capital paranaense, mas gostava muito de lá. Um pouco da mística se perdeu quando a cidade passou a sediar a inquisição, que de santa não tinha nada, liderada pelo ex-juiz nada neutro Sérgio Moro.

Mas isso tudo já passou: o tribunal de exceção mostrou a que veio e perdeu sua aura e força. O magistrado que o liderava está na lata de lixo da história – pena ser pequena a chance de se ver ele algum dia na prisão, ainda mais agora que conseguiu imunidade parlamentar – e, acima de tudo, mesmo tendo perdido quatro anos de sua história, o Brasil está voltando para os eixos. Aliás, não foram quatro, mas seis anos, somando os dois de ensaio com os quatro de desastre. Nesse tempo não se avançou nada e, na realidade, se voltou pelo menos um século atrás. O país, nesse período, cresceu como rabo de cavalo: em direção ao chão. É por isso que sugiro que o dia de ontem passe a ser declarado como o Dia do Banho de Descarga. Ou então Dia do Descarrego, se alguém achar que esse termo é melhor. Deveria ser tão generalizado a ponto de causar falta de sal grosso nessa Terra Brasilis, por tanta procura, por demanda absurda, com ele deixando de lado o uso culinário e adentrando nossos banheiros.

Para os gaúchos, ainda bem que estamos em uma segunda-feira, pois se imaginariamente isso já tivesse acontecido, logo depois da apuração, ainda assim teríamos tempo de esperar que os estoques todos fossem repostos antes do tradicional churrasco do próximo domingo. Se bem que a eleição de Lula, que não completou 24 horas, não poderia ter conseguido a proeza de baixar o preço que vem sendo cobrado pela carne. Ela, durante o desgoverno de Bolsonaro, andou fugindo dos olhos, espetos e pratos das pessoas. Esses últimos não comportam sequer arroz e feijão, não tendo como se dar ao luxo de conter cortes bovinos.

Os únicos que estão em pedaços são justo aqueles que acreditaram que seu mito iria emplacar mais uma vez. Mas, como diria minha vó Dorinha, do alto de sua sabedoria, ela que costumava repetir ditados populares com oportunidade ímpar, “não há mal que sempre dure”. ACABOU! Aliás, em homenagem ao falso cristão que agora vai deixar o trono onde nunca deveria ter sentado – ao seu sucessor, na realidade –, vai uma passagem bíblica: “Ele lhes enxugará dos olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porquanto a antiga ordem está encerrada!”. Apocalipse 21:4.

Bolsonaro, ao menos por algum tempo, pode ser considerado passado. Sua (des)ordem acabou, uma vez que sem poder ele não é nada. Ou volta ao nada que sempre foi. Sem os seus 65 sigilos de cem anos, vai conseguir ser pessoalmente menos do que isso. Menos do que um zero à esquerda. No máximo restarão alguns estertores familiares e seu ranger de dentes até a passagem da faixa presidencial, o que ele com certeza não terá coragem suficiente para fazer. Certamente fugirá da responsabilidade como fugiu de todas as anteriores e do trabalho. Só esperamos que não consiga fugir da prisão, tão logo seja julgado por boa parte dos inúmeros crimes que vinha sistematicamente cometendo. 

Claro que sobrará o bolsonarismo, essa versão tupiniquim do fascismo, que ainda precisará ser combatida com o mesmo rigor e sem tréguas: o vetor está agora neutralizado, a doença por ele transmitida ainda não. Mas, que isso seja feito assim que se respire um pouco, sentindo esse ar delicioso de novos tempos. Porque temos o direito de dedicar alguns bons momentos para festejar, antes de que se prossiga com a luta. Na batalha contra a ignorância, não contra quem perdeu, porque a perseguição é característica desse governo que o povo não quis mais, não do que voltará ao poder.

O que não se pode esquecer, no entanto – e isso é fundamental –, é que mais de 50 milhões de brasileiros seguiram acreditando no canto da sereia. Nas falsas mensagens, enviadas por robôs, ao invés de ouvir os alertas de familiares e amigos que não haviam se contaminado. Pessoas que passaram a agir movidas por instruções de WhatsApp, que também repassavam, ao invés de exercitarem sua capacidade de raciocínio, de pensamento crítico. É mesmo inacreditável que tanta gente possa ainda estar seguindo alguém responsável por milhares de mortes, por não ter comprado vacinas a tempo, durante a pandemia. Um falso cristão, racista, homofóbico, que admite que devoraria um ser humano, que diz que “pintou um clima” com meninas e que ofende mulheres e minorias. As mesmas pessoas que acreditam que Lula é um comunista, que ele vai destruir nossa economia e restringir a liberdade das pessoas. Bastava se dar conta que o PT esteve por 14 anos no poder, com o próprio Lula e Dilma, sem que isso tivesse acontecido. Ao contrário, vivemos naquela época uma pujança imensa, com distribuição de renda sem que algo tivesse sido tirado de ninguém, mas graças ao crescimento do país.

Pior ainda, nesse contingente enorme de pessoas existe quem jure serem projetos do futuro governo criar os banheiros únicos nas escolas, fechar as igrejas (foi Lula que assinou a Lei da Liberdade Religiosa), legalizar o aborto (quem elabora leis é o Congresso, não o presidente), que o novo presidente tinha ligações com o PCC (quem passou a vida homenageando e dando emprego para milicianos?), que as casas das pessoas seriam confiscadas para dar aos sem-teto, que Lula iria destruir o agronegócio e que uma cartilha do PT incentivava o consumo de drogas. Isso para citar apenas algumas das inúmeras mentiras que precisaram ser contestadas na justiça. O que foi feito, com sucesso. Com essas pessoas ainda se precisará conversar muito. Porque o entendimento se faz necessário, mesmo que a cegueira do fanatismo dificulte isso.

Mas, enfim, o assunto de hoje é felicidade. A minha é imensa, como também é imenso o número de quem me acompanha nesse sentimento sublime. É enorme a do Brasil inteligente e solidário. Ontem à noite brindei com um espumante de boa qualidade. Dormi pouco e sigo com um sorriso persistente, que não abandona meu rosto. Hoje nem mesmo a minha lombar, que vez por outra é inconfiável, terá o poder de me tirar do prumo e do sério. Até porque eu já saí deles por conta própria: gritei, bati panela, toquei jingle com volume alto na minha sala – que desculpem os vizinhos, mas era necessário –, me senti tão jovem que fico desejando uma eleição dessas por semana. A parte ruim seria a ansiedade, mas no frigir dos ovos faria muito bem ao meu corpo, mente e espírito.

31.10.2022

Milhares de pessoas comemoraram a vitória de Lula na Paulista. E em todo o país

Os bônus de hoje são o áudio de Tá Na Hora do Jair, da dupla Maderada Brasil, e um clipe de excelente samba. A primeira música, que é no ritmo piseiro, uma nova vertente do forró, se tornou verdadeiro hino nos últimos dias. Atingiu rapidamente mais de um milhão de visualizações no Spotify, números da semana passada. Os autores dessa façanha são Juliano Maderada e Tiago Doidão – a letra é de autoria do primeiro –, moradores de Iguaí, no interior da amada Bahia. Quanto ao clipe, nele está o Grupo Revelação e sua Tá Escrito, em gravação feita ao vivo. Uma exaltação à luta e à felicidade da conquista posterior.

Tá Na Hora do Jair – Maderada Brasil
Uma vez
Mensal
Anualmente

Se você gostou desta crônica ou de outras das nossas postagens, ajude a manter este blog em atividade, com contribuições.
Elas podem ser únicas, mensais ou anuais.
Selecione sua opção e confirme no botão abaixo.

Faça uma doação mensal

Faça uma doação anual

Escolha um valor

R$10,00
R$20,00
R$30,00
R$15,00
R$20,00
R$25,00
R$150,00
R$200,00
R$250,00

Ou insira uma quantia personalizada

R$

Agradecemos sua contribuição.

Agradecemos sua contribuição.

Agradecemos sua contribuição.

Faça uma doaçãoDoar mensalmenteDoar anualmente