THE BEATLES DAY

Onze anos atrás, em 2013, surgiu – sem que se saiba como – o boato de que a Organização das Nações Unidas para a Educação Mundial havia consagrado o 16 de janeiro como um dia dedicado aos Beatles. Essa fake news, que antecede o período no qual se adotou tal nomenclatura internacional para notícias falsas, precisou ser desmentida através de uma mensagem publicada na conta da UNESCO no Twitter. No texto, admitiram que até gostariam de ter feito isso, mas não era verdade. De qualquer modo, os fãs da banda inglesa em todo o planeta preferiram seguir a ideia, mesmo que a origem não seja a antes declarada. Desde então, o grupo que é celebrado todos os dias do ano ganhou um deles para exaltação especial.

A hashtag #DiaMundialDosBeatles, que se tornara com muita rapidez trending topic, naquela data, conseguiu seu objetivo. No ano anterior alguém já havia proposto comemorar em meados de janeiro a obra musical do quarteto John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. A fixação no dia 16 se deve a ser este o aniversário da fundação do Cavern Club, em 1957. O local se tornou famoso ao se tornar a “Casa dos Beatles”, porque foi lá que eles iniciaram a trajetória vitoriosa que os consagrou. No total foram 292 as suas apresentações naquele endereço.

É bastante difícil encontrar uma pessoa que nunca tenha ao menos ouvido falar nos Beatles. Esta banda de rock britânica foi formada na cidade inglesa de Liverpool, no início dos anos 1960. Ao longo de sua carreira ela incorporou pitadas de folk e até de alguns elementos da música clássica. Sofisticados e simples ao mesmo tempo, eles foram percebidos por uma juventude sequiosa de mudanças como verdadeira encarnação de ideais progressistas. E sua influência se estendeu para as demais revoluções sociais e culturais que aconteceram naquela década.

Importante salientar que a formação do grupo iniciou em 1957, em uma iniciativa de John Lennon. Mas, no primeiro momento, nenhum dos outros três que integraram a banda definitiva estavam presentes. Eram apenas o próprio John e colegas seus de escola: Peter Sholton, Erick Griffiths, Bill Smith e Rod Davis. E o então quinteto homenageou o local onde estudavam, a Quarry Bank School, adotando o nome de The Quarrymen. No mesmo ano, Paul McCartney passou a integrar o grupo. No seguinte, 1958, entrou George Harrison. E foi em 1960 que eles se tornaram The Beatles.

Em 1961 pisaram pela primeira vez no palco do Cavern Club, ainda sem um baterista fixo. Em 1962 Ringo Starr foi convidado para esta função, eles assinaram contrato com o empresário Brian Epstein e houve um enxugamento do grupo, de onde alguns já haviam saído aos poucos, sendo fixada a formação definitiva com quatro membros: John, Paul, George e Ringo. Foi nessa época também que, atendendo sugestão do seu empresário, abandonaram os trajes de couro que usavam antes e adotaram roupas mais formais. Por isso que as primeiras fotos mostram o quarteto usando inclusive gravatas.

Os Beatles tiveram mais álbuns ocupando o número um nas paradas de sucesso britânicas do que qualquer outro grupo musical, ao longo da história. Venderam mais nos EUA do que qualquer outro artista ou grupo musical, em todos os tempos. Foram agraciados com nove Grammy Awards, nos Estados Unidos; e com quinze Ivor Novello Awards, no Reino Unido, talvez os dois mais importantes prêmios do mundo da música. Venderam mais de um bilhão de cópias de seus discos – no total produziram 12 álbuns de estúdio, 13 extended plays e 22 singles, com 208 músicas diferentes. Foram ainda incluídos pela revista Time na lista das cem pessoas ou grupos mais importantes e influentes do Século XX. Mais de meio século após sua dissolução, que ocorreu em 1970, sua música continua popular e sendo tocada no mundo todo.

16.01.2024

John, Ringo, Paul e George

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O bônus de hoje é uma gravação histórica de Don’t Let Me Down, feita no dia 30 de janeiro de 1969. Junto com Billy Preston, eles tocaram na cobertura do prédio da Apple, em Savile Row, em Londres. Fizeram isso durante pouco mais de 40 minutos, no horário do almoço. Em função disso, o trânsito teve que ser interrompido no local, pois milhares de pessoas começaram a se aglomerar na calçada, além de ocuparem as janelas dos prédios próximos. Foi a última vez na história em que eles se apresentaram ao vivo. Tocaram Get Back, Don’t Let Me Down, I’ve Got A Feeling, The One After 909 e Dig A Pony.

O TERÇO MARCOU ÉPOCA

Muita gente jura até hoje que essa foi a melhor banda de rock existente no Brasil, se não em todos os tempos, pelo menos ao longo dos anos 1970. O Terço, exageros à parte, com certeza merece uma atenção especial de quem se debruça sobre a trajetória deste gênero musical em nosso país, pois de fato fez história. Dois álbuns seus são fundamentais:  Criaturas da Noite, de 1975, e Casa Encantada, lançada um ano depois. O grupo, que teve algumas alterações ao longo da existência, começou com Jorge Amiden (guitarra), Sérgio Hinds (baixo) e Vinícius Cantuária (bateria). A ideia era batizar o grupo de Santíssima Trindade, mas como previam atritos com a Igreja Católica, foram prudentes e aliviaram um pouco. Mesmo sendo apenas três integrantes, já vinham de dois grupos diferentes, o Joint Stock Co. e o Hot Dogs.

Fortemente influenciados pelo que era feito na Inglaterra, levavam o seu público a uma reação instantânea com as apresentações que faziam em teatros e ginásios. Isso que não existia ainda o apelo e a propagação instantânea de performances que as redes sociais permitem hoje. Na época ir aos shows de rock era também uma forma de protesto e uma válvula de escape. Raros momentos nos quais a aglomeração não era reprimida pela ditadura ainda vigente. Mas, fazer isso enquanto assistiam música de qualidade sem dúvida era muito melhor.

Bom é que agora, além de ainda podermos ver alguns vídeos de relativa qualidade, feitos na época, se pode também ler sobre a história deles. A Editora Ibrasa lançou, ainda no ano passado, O Terço – 50 Anos, livro que foi escrito a quatro mãos por Sérgio Hinds e pelo pesquisador e jornalista Nélio Rodrigues. Esse trabalho foi mais um dos tantos frutos da pandemia, que propiciou recolhimento criativo a muita gente. E nele está relatado com detalhes uma história sonora que começou ainda com a MPB, antes de ingressar no universo do rock progressivo. A leitura oferece um passeio fundamental por detalhes relevantes, como fatos e datas, que ajudam a compreender não apenas o que pensava e fazia a banda, como também um pouco do momento histórico que se vivia.

A primeira gravação veio ainda em 1970, misturando música clássica com folk e rock. Em 1972 houve uma mudança, em termos de sua sonoridade, com o lançamento de um compacto pesado e as músicas Ilusão de Ótica e Tempo é Vento. E a trajetória inicial foi se firmando com a participação em muitos festivais. Com Velhas Histórias, de autoria de Renato Corrêa e Guarabyra, venceram um deles em Juiz de Fora. Em outro, esse um universitário, terminou em segundo com Espaço Branco, de Flávio Venturini – que mais tarde entraria para O Terço – e Vermelho. E no mais concorrido de todos, o Festival Internacional da Canção (FIC), a banda conseguiu um terceiro e um quarto lugares, com Tributo ao Sorriso e com O Visitante, respectivamente, em duas de suas edições. Nessa época a mídia especializada já não cansava de lhes tecer justos elogios.

Ao longo de sua história aconteceram entradas e saídas constantes, em termos de integrantes. Nomes como Cezar de Mercês, Sérgio Magrão, Luiz Moreno, Sérgio Kaffa, Ivo de Carvalho, Ruriá Duprat, Zé Português e Franklin Paolillo foram se revezando, alguns em mais de um momento diferente. Muitos tocaram, antes ou depois, com grandes nomes da música brasileira, como Marcos Valle, Caetano Veloso, Beto Guedes e Elis Regina. Além disso, a banda 14 Bis surgiu a partir de alguns deles. O último dos seus 11 álbuns gravados em estúdio, Tributo a Raul Seixas, foi produzido em 1999. E os seus cinco álbuns ao vivo foram fechados com O Terço 3D, de 2015, oito anos depois do anterior.

27.09.2022

O Terço: banda tem grande importância na história do rock brasileiro

O bônus musical de hoje é Hey, Amigo, composição de Sérgio Hinds e Jorge Amiden, uma das faixas do álbum Criaturas da Noite.