Estarei de volta, nesta sexta-feira, à cidade onde comecei a minha vida profissional como jornalista. Recém formado, me mudei de Porto Alegre para a serra gaúcha em abril de 1984, para assumir a gerência da Rádio Prata AM. Já conhecia o local desde alguns anos antes, quando meu irmão Sérgio Saldanha foi promotor público no município. Sempre gostei muito dela, por ser acolhedora e, naquela época, muito tranquila. Quem me convidou para o trabalho foi o advogado Geraldo Agostini, que estava ocupando um papel de diretor informal na emissora, assessorando os eleitos que passaram a comandar tudo: João Carlos Schmitt e Arlindo Paludo. Os dois primeiros lamentavelmente já não estão entre nós.
Foi um período de muito trabalho e aprendizado. A programação foi toda reformulada e não só a musical – passamos inclusive a transmitir jogos da dupla Grenal e do Juventude, com equipe própria –; a potência foi multiplicada por quatro, o que exigiu mudança no seu transmissor e ampliação da antena; mais alguns profissionais foram contratados; e a aceitação de público e patrocinadores foi positiva. Ainda em Nova Prata, trabalhei na Folha da Serra, que então existia, fundei o jornal Correio Livre e fui sócio da Coroados FM, em seus primeiros tempos. Casei e tive dois filhos, antes de me mudar para Lajeado, onde assumi como editor-chefe do jornal diário O Informativo, participava de programas na Rádio Independente e fazia comentários na TVE local. No Vale do Taquari, fora do ramo da comunicação social, foi diretor parlamentar na Câmara de Vereadores de Lajeado e secretário municipal em localidade próxima.
De lá, retornei para Porto Alegre onde atuei como professor universitário na UniRitter, em quatro dos seus cursos: Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Design. Depois fui apresentador em um programa diário produzido pela RED, realizando 611 entrevistas. Também voltei a estudar, ao longo destes anos, concluindo Escrita Criativa (PUC), especialização em Comunicação e Política (Unisc) e mestrado em Letras (UniRitter).
Nesse tempo todo, nunca me afastei por completo de Nova Prata. Além de vínculos familiares, mantenho também uma forte ligação afetiva e conservo bom número de amizades fiéis e verdadeiras. Vez por outra passo alguns dias por lá. Mas, desta feita a visita tem um sabor especial e diferente. Estarei sendo recebido para o lançamento do meu primeiro livro de crônicas, “É impossível viver sem utopia”. Ele é o resultado de uma seleção feita entre as que foram escritas em 2020 e 2021, os dois primeiros anos da pandemia, recolhimento forçado que me levou a criar um blog que mantenho até hoje. Desde pelo menos um ano atrás algumas pessoas passaram a me cobrar que fizesse isso: tirasse parte dos escritos do mundo virtual, os trazendo para o papel. O que terminou agora sendo feito, com 57 das mais de mil crônicas postadas.
O livro tem seis ilustrações internas feitas especialmente para ele por Fernando Siniscalchi e a diagramação esteve a cargo do publicitário Luiz Henrique Rosa. O colega jornalista Leonardo Dourado escreveu a orelha, enquanto a poeta e cronista premiada Mariana Ianelli brinda a todos nós com um generoso prefácio. Vários outros amigos e amigas também foram essenciais no apoio e na cobrança de que eu fosse de fato persistente na realização do trabalho. E foi assim que agora o virtualidades.blog passou a existir também fora do mundo virtual.
Em Nova Prata, o encontro de lançamento vai acontecer no Arnaldo Bar, que fica na antiga sede do Grêmio Pratense, bem no centro da cidade, em frente à Praça da Bandeira, às 19 horas. Quem se dispôs a organizar tudo foram Sérgio Sotilli e Lígia Zamin, que depois tiveram o reforço de outros parceiros, para a execução da empreitada. O saboroso nisso tudo é que se as pessoas todas convidadas comparecerem, estarei revendo gente que ficou distante apenas geograficamente e no tempo. Mas, que segue comigo na memória e como elemento de saudade. O livro vira quase um pretexto. Muito mais importante é celebrar essa oportunidade de reencontro e de troca de ideias.
04.12.2025

O bônus de hoje é Canção da América, de Milton Nascimento. No clipe, o artista mineiro apenas ouve emocionado o público cantar essa que foi uma das músicas que o consagraram.
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