Para entender o tempo e entender-se nele, a humanidade há muito se dedicou a medir sua passagem. A sucessão dos dias e noites foi o que primeiro ajudou nisso. Depois, veio a compreensão das quatro estações, que definiam as plantações e as colheitas. Os calendários e o recurso de fracionar o dia foram posteriores e muito mais elaborados. A contagem de longos períodos veio antes, por volta de 4.000 a.C., quando sumérios e egípcios adotaram os calendários lunar e solar. O primeiro era baseado no período de 12 lunações ou exatos 354,36708 dias; o segundo media a distância entre dois solstícios de verão consecutivos, que é de 365,2422 dias.
Quanto à divisão do dia em partes, quem primeiro realizou isso foram os babilônicos, em 12 e depois nas 24 frações que ainda usamos hoje e que se convencionou chamar de horas. Foram eles que inventaram o relógio de sol, instrumento que os egípcios também adotaram. Isso teria ocorrido cerca de 2.000 anos antes de Cristo. Voltando aos calendários, em 450 a.C. em outra invenção dos babilônicos surgiu o lunissolar. Júlio César, imperador romano, em 45 a.C. determinou que passasse a ser usado o calendário juliano – modesto ele, adotando seu próprio nome –, enquanto aquele que adotamos hoje é o calendário gregoriano, estabelecido no ano de 1582 pelo Papa Gregório XIII.
Tudo isso está na história, mas se refere ao tempo prático, à ordenação das nossas atividades e obrigações cotidianas. Há outros tipos de tempo que têm enorme relevância, mas são subjetivos. Se o próprio tempo que chamei de prático tem muitas vezes pouca objetividade, o que não dizer então destes outros, que nos acompanham? Uma gravidez, por exemplo, são nove meses ou 42 semanas. Mas, quanto tempo forja uma mãe e um pai, psicologicamente? Infância, adolescência, maturidade e velhice são etapas mais do que reconhecidas pela biologia, mas qual seria a duração exata de cada uma dessas fases pelas quais, aliás, nem todos nós temos a sorte de passar?
Existem os tempos de “vacas magras” e de “vacas gordas”, mesmo que a maioria de nós jamais tenha sido pecuarista. Existem ocasiões nas quais se cai e outras nas quais nos levantamos. Nossos percursos são repletos de vitórias e de derrotas, de acertos e de erros. Então, criamos as datas comemorativas – aniversários, formaturas, bodas – e aquelas que nos relembram perdas, com o exemplo maior sendo o Dia de Finados. Acima de tudo, elas marcam o fim e o início de ciclos. E, neste caso, não há nada mais simbólico do que o Ano Novo. O dia 31 de dezembro de um ano qualquer tem as mesmas 24 horas do que o dia 1º de janeiro do ano seguinte. São idênticos, nada em princípio os difere. Mas, felizmente não pensamos assim: eles não podem ser iguais, especialmente porque o segundo é depositário de muitas esperanças, de desejos e de sonhos, venham eles a ser realizados ou não. Isso a gente examina – ou esquece antes – na virada seguinte.
Logo mais à meia-noite estaremos outra vez vivendo essa circunstância. Um momento que merece nosso autocuidado: que se faça um plantio mental de sementes positivas, imaginando colheitas abundantes. E, se pudermos estar passando com quem se ama, que se perceba o quanto isso é uma dádiva e tem valor inestimável. Precisamos nos dar conta que será oportunidade também para se reconhecer o valor de experiências passadas, usando cada uma delas como preparo para o futuro. E que vivemos uma chance de se agradecer, pois por mais que o ano que se encerra tenha sido duro, com certeza foi uma benção como todos os outros. Enfim, encerrar um ciclo e iniciar um novo sempre é desafiador, mas também é uma chance de transformação. Que ela aconteça em todos os nossos corações e marque nossas vidas!
31.12.2024

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Muito bom! Um feliz 2025 a todos! Abraços
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Que o ano seja excelente para todos nós! E que eu continue merecendo tuas leituras e comentários. Abraço!
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