Depois de termos presenciado um suposto atentado contra um dos candidatos à presidência do Brasil, em 2018, o primeiro caso da história em que uma pessoa esfaqueada não perdeu uma gota sequer de seu sangue, tivemos agora um fato semelhante. Não que desta vez tenha outra vez sido usada uma faca. Não que desta vez com a vítima também tenha ocorrido o mesmo fenômeno em seu ferimento. Em comum aos dois eventos serem postulantes ao mesmo cargo público, sendo que este segundo nos Estados Unidos, a nação que luta para se manter como a mais poderosa econômica e militarmente do mundo. Bolsonaro foi muito favorecido eleitoralmente com aquele fato e acabou também por causa dele eleito presidente da República. Trump parece ter crescido nas pesquisas, após o que houve no último sábado – levantamentos são feitos com velocidade espantosa.
Donald Trump teria levado um tiro de raspão na sua orelha direita, que o FBI afirma ter sido disparado por um jovem que foi depois identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos. A arma usada, ainda segundo os federais, fora um rifle semiautomático AR-15, muito fácil de ser adquirido por lá, mas que é bastante difícil de passar de modo discreto por serviços de segurança. Segundo estimativas posteriores, o rapaz disparou de uma distância aproximada de 120 metros – que pontaria espantosa. Entretanto, o perímetro (arco de cuidado), com grande número de policiais sempre presentes e até mesmo o uso de detectores de metais, supera essa longitude em muito. O rapaz foi morto logo depois, na reação da equipe do serviço secreto.
Agora, os acontecimentos têm características muito próximas do que seria uma produção cinematográfica, por exemplo. Após ser atingido, o candidato leva a mão direita à orelha e a retira rapidamente. Não se vê sangue nesse momento. Então ele se abaixa e tem seu corpo coberto pelos guarda-costas. Surpreende que a arma, capaz de disparar não apenas um, mas diversos tiros em sequência em uso normal, não faça nenhuma vítima entre as pessoas próximas a Trump, apesar de sua presença em grande número e praticamente coladas a ele. E quando ele emerge, cerca de um minuto depois – o que contraria todo e qualquer protocolo sério –, mantém um boné da campanha na mão esquerda e se deixa fotografar com o punho direito cerrado e a bandeira norte-americana estrategicamente ao fundo.
Um expectador do comício também perdeu a vida. Segundo informações, foi o chefe-voluntário dos bombeiros locais, Corey Comperatore, de 50 anos. Mas, como também convêm aos roteiros de Hollywood, foi heroico no momento derradeiro: a esposa relatou que ele pulou sobre familiares para os proteger dos disparos. Convém lembrar que um projétil pode com facilidade transpor mais de um corpo humano. Num país onde são comuns massacres em escolas e locais públicos, o AR-15 tem sido a arma mais usada nessas ocasiões. Este fuzil de assalto leve e construído para disparar em alta velocidade custa pouco para os padrões locais e possui uma letalidade imensa.
Outra questão que precisa ser entendida é a motivação, uma vez que o atirador era filiado ao Partido Republicano, o mesmo de Donald Trump. O que é outra coincidência entre o acontecido em Juiz de Fora, nas Minas Gerais, e Butler, na Pensilvânia. Aqui no Brasil o agressor se identificava com a vítima, ideologicamente. E frequentava locais onde os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro treinavam tiro. De qualquer forma, se espera uma apuração precisa e rápida sobre o que de fato aconteceu. Porque atentados não raras vezes são de tal forma interessantes para quem os sofre que, havendo a certeza de que sobreviverão, vale muito a pena ser alvo de um.
15.07.2024

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Faça uma doaçãoDoar mensalmenteDoar anualmenteO bônus de hoje oferece vídeo do momento em que Donald Trump fazia seu comício na Pensilvânia. Depois temos um didático trecho de antiga novela da Globo, escrita por Dias Gomes, na qual o ator Paulo Gracindo fazia o papel de um prefeito corrupto (Odorico Paraguaçu) que tentava de todas as formas inaugurar um cemitério em sua cidade. E fechamos com Adriana Calcanhoto e a música Mentiras.
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