Tão talentosa quanto polêmica, a cantora e compositora irlandesa Sinéad O’Connor faleceu no último dia 26 de julho. Mulher bonita e com uma voz que conseguia ser doce e firme, ela lançou ao longo de sua carreira dez álbuns de estúdio, o primeiro deles em 1987 e o último em 2014. Durante muitos anos se apresentava de cabeça raspada e confirmando a imagem de rebelde e provocativa que também gostava de cultuar.

Muito engajada e combativa, ficou conhecida também por causas que defendeu ao longo da vida. Criticava duramente a igreja católica devido aos muitos escândalos de pedofilia; se opunha à política social da então primeira-ministra do Reino Unido, Margareth Thatcher; apoiava alguns movimentos de esquerda em seu país; e criticava inclusive músicos. Em 1991 se recusou a ir até Nova York para a entrega do Grammy em protesto contra a Guerra do Golfo. Uma ocasião deixou nove mil pessoas esperando em um concerto para o qual estava convidada, porque os organizadores tocaram o hino dos Estados Unidos na abertura, o que não estava previsto e foi feito sem a sua concordância.

Foi com o seu segundo trabalho, o álbum I Do Not Want What I Haven’t Got (Não Quero o Que Não Tenho), de 1990, que alcançou notoriedade. Em especial a faixa Nothing Compares 2 U (Nada se Compara à Você), composta por Prince, ajudou a levá-lo para a primeira posição em termos de vendas em diversos países. Naquele mesmo ano ela participou do show que deu origem ao DVD Roger Waters The Wall Live in Berlin, cantando Mother, do Pink Floyd. Eclética, seu terceiro álbum – gravado em 1992 – foi feito com uma orquestra e cantando versões de sucessos dos anos 1950 e 1960, de cantoras como Ella Fitzgerald, Doris Day e Billie Holiday. Em 2005 lançou um apenas com reggae.

Não lhe faltavam motivos para que ela enfrentasse sérios problemas emocionais. Sua vida pessoal foi marcada por vários acontecimentos negativos que a afetaram profundamente. Começou com abusos físicos e psicológicos sofridos na infância, com internação em casa correcional para menores, seguiu com a perda da sua mãe no início da carreira devido a um acidente de automóvel, três casamentos e de quatro filhos, com um deles morrendo em 2022, aos 17 anos. Esses e outros eventos e situações influenciaram seu comportamento e sua produção.

Até com seu próprio nome ela foi controversa. Nasceu Sinéad Marie Bernadette O’Connor, mas em 2018 decidiu mudá-lo para Magda Davitt, sabe-se lá por que razão. No ano seguinte, ao ter se convertido ao islamismo, alterou outra vez para Shuhada’ Sadagat. Mesmo assim, em termos profissionais, suas gravações e apresentações continuaram sendo feitas como Sinéad O’Connor. Mas, independente de como fosse ela chamada, seu talento com certeza sempre a tornaria única.

04.08.2023

Sinéad O’Connor e seu filho mais velho Shane, que faleceu no ano passado

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No bônus de hoje, Sinéad O’Connor canta Nothing Compares 2 U. A gravação deste clipe se deu durante o Concerto da Anistia Internacional que aconteceu no Chile.

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