Que o nosso velho e hoje mal amado planeta Terra anda caidaço, em termos ambientais, isso não é mais segredo nem para quem não acredita ou finge não acreditar nisso, por algum tipo de interesse. O clima está “mais louco que Saci andando de roller”, como poderia com certeza dizer algum gaúcho. E o inacreditável é que os causadores dos problemas somos nós mesmos, com a forma insana como estamos exaurindo seus recursos naturais e degradando o meio ambiente, agindo como se tudo fosse infinito e esquecendo que não temos outro local para viver. O uso de combustíveis fósseis, poluindo a atmosfera e causando aquecimento global está talvez no topo dessa insanidade toda. Mas, se gasta muitos recursos em guerras pelo controle dos poços petrolíferos e bem menos na busca de fontes alternativas e renováveis de energia.

Entretanto, sem alarde e em curto espaço de tempo, houve um avanço significativo em área relacionada a isso, nos últimos anos. Me refiro ao problema que estávamos enfrentando com a camada de ozônio. Ela é uma espécie de escudo natural que temos na atmosfera, nos protegendo da radiação ultravioleta do Sol. Sem isso os danos que os seres vivos sofreriam seria enorme e irreversível, colocando em risco a própria existência. Não só os humanos, como as espécies animais e mesmo os vegetais seriam gradualmente exterminados.

O primeiro alerta sobre estar a camada de ozônio se reduzindo foi dado em 1974, pelos cientistas Mario Molina, Frank Sherwood Rowland e Paul Crutzen. Um artigo que publicaram na revista Nature explicava como o gás se formava e o quanto ele era prejudicado pelos clorofluorcarbonos, os CFCs. Ou seja, identificaram o vilão que estava causando a redução drástica do tamanho desse escudo imprescindível. O que eles explicaram na teoria foi confirmado na prática três anos mais tarde, por cientistas britânicos, na região da Antártida. A estratosfera estava com um buraco que tendia a se expandir. Os efeitos imediatos seriam o aumento dos casos de câncer de pele e catarata, além de danos na vida marinha e desequilíbrio de ecossistemas.

A diferença é que desta vez não havia a força das enormes corporações que compõem a indústria do petróleo e seus derivados. Foi mais fácil adotar medidas para conter o problema. Então, em tempo recorde, se considerarmos o quanto é difícil acordos internacionais serem efetivados, os governos adotaram providências, com a Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio. Dela se partiu para firmar o Protocolo de Montreal, em 1989, o que foi ratificado por todos os países do mundo em 2008. A decisão de banir do uso industrial os clorofluorcarbonos, presentes em aerossois, além de aparelhos de ar-condicionado e ainda refrigeradores, foi crucial para solucionar a questão. E a camada, que se reduzia, se regenerou, voltou a cobrir áreas que estavam desprotegidas.

Os CFCs são compostos químicos sintéticos que contém, como o nome diz, cloro, flúor e carbono. São derivados de hidrocarbonetos, como o metano e o etanol. Inodoros, insípidos e incolores, além de não serem inflamáveis e ter baixa toxicidade, foram muito utilizados nas décadas de 1970 e 1980, principalmente. Com o banimento, a indústria deu um jeito de substituí-los. Mesmo que os novos químicos ainda contribuam para o aquecimento global, são menos danosos. Ou seja, mesmo não sendo a situação ideal, com certeza não se trocou seis por meia dúzia. E a lição maior que disso resultou foi que a humanidade pode, com um mínimo de boa vontade, buscar avanços coletivos a partir da união sincera de esforços.

16.10.2024

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