O VIRTUALIDADES FOI PARA O PAPEL
Acredito que meus leitores mais fiéis sabem que este blogue começou praticamente junto com a famigerada pandemia de Covid-19, tendo sido uma das consequências que ela me trouxe. Iniciei com uma publicação tripla, no dia 6 de abril de 2020. Os três textos haviam sido produzidos nos dias 27, 29 e 31 de março. Dali em diante, até bem recentemente, passei a escrever e postar dia sim, dia não, religiosamente. Não falhava em finais de semana ou feriados. Até hoje, 7 de novembro de 2025, passaram-se 68 meses, 291 semanas e 2.041 dias. E este texto tem o número 1.031, superando em dez os que deveriam existir se a proposta original de periodicidade tivesse sido mantida – tenho falhado algumas vezes, mas os coloco em sequência outras tantas.
Desde 2024 – acho até que antes mesmo – alguns amigos passaram a me cobrar que colocasse alguns destes tantos em livro. Saísse do virtual para o papel. Terminei aceitando, mesmo sabendo que a empreitada não seria fácil. E realmente ela não foi. Tempo eu tinha, mas faltava um mínimo de conhecimento do ramo editorial e de suas nuances. A seleção fiz quase sem dificuldades, além daquela prevista, de um pai que precisa escolher entre seus filhos: complicado deixar tantos de fora, incerteza se apontei as melhores crônicas, insegurança quanto aos critérios adotados. Mas, enfim, 57 delas, escritas entre 2020 e 2021, terminaram apontadas. Daí em diante tudo ficou mais difícil.
Escolher uma editora ou fazer tudo sozinho? Se for escolher, qual delas? Como discutir as cláusulas do contrato? E a questão da revisão textual? Tinha ainda que decidir sobre o uso ou não de ilustrações internas. Se usasse, quem as faria? E a diagramação, os registros legais, a feitura da capa… Etapas que precisavam cumprir prazos, passar por aprovações. E as pessoas convidadas para escrever a orelha e o prefácio? Depois de tudo, os complementos: elaborar marcadores e convites, enviar mensagens de WhatsApp, cuidar dos muitos detalhes que exige o evento de lançamento. Onde e quando fazer, providenciar sonorização, convidar tanto parceiros para incrementar o ato quanto o público leitor em potencial…
Tudo isso passado, não existe como voltar atrás. O impresso nasceu e ficou resguardado uns poucos dias, aguardando o momento de ser apresentado à sociedade. O batismo. E olha que padrinhos não faltam. Acácia Dourado, que me incentivou e abriu caminhos, oportunizando contatos, entre os quais com o ilustrador Fernando Siniscalchi. O irmão dela, Leonardo Dourado, colega jornalista e parceiro de memoráveis jogos de futebol em velhos tempos, que escreveu a orelha. A talentosa Mariana Ianelli, poeta e cronista como poucas, de uma generosidade incalculável ao escrever o prefácio. Luiz Henrique Rosa, o impagável Luca, craque de bola e genial na publicidade, que terminou dando um inestimável socorro na diagramação. O Fábio Rebelo, que fez a minha foto quase conseguindo me deixar bonito. Minha filha Bibiana Lechmann Saldanha e meu genro Felipe Martins, responsáveis pela criação do marcador de páginas e pelas artes para as redes sociais. E vários amigos e amigas, todos apoiadores persistentes, que jamais aceitariam que eu abrisse mão desse sonho, depois de ele ter sido plantado.
Tenho ainda que fazer agradecimentos prévios: para o ator Lauro Ramalho, que irá ler algumas das crônicas no dia do lançamento em Porto Alegre; e para o músico e apresentador Demétrio Xavier, que, na mesma oportunidade, brindará os presentes com um pocket show. E o pessoal do Clube de Cultura, pela cedência do local. Como há algumas pessoas que já estão me ajudando com lançamentos pelo interior do RS, vou citá-las em outro momento.
Agora não existe mais apenas o virtualidades.blog. Oficialmente, a partir da próxima terça-feira, 11 de novembro, o livro É impossível viver sem utopia também estará entre nós. Meus leitores, até hoje apenas virtuais, estão convidados a ir conhecê-lo no evento de lançamento, a partir das 19 horas, na Rua Ramiro Barcelos, 1.853, Bairro Bom Fim, aqui em Porto Alegre. Quem não puder fazer isso, saiba que pode adquirir seu exemplar, bastando entrar em contato pelo e-mail virtualidades.blog@gmail.com ou através do WhatsApp (51) 99135-3663.
07.11.2025

O bônus de hoje é a música Sonho Impossível, na voz inconfundível de Maria Bethânia. Ela faz parte da peça musical O Homem de La Mancha, sendo que essa versão é a adaptação brasileira de The Impossible Dream, que aqui recebeu letra de Chico Buarque e Ruy Guerra.