Em primeiro lugar, devo avisar a quem está lendo que o título desta crônica não se trata de um jogo de palavras, com segundas intenções. Nem muito menos é uma informação falsa: ele revela uma realidade, que talvez muitos desconheçam. Eles de fato não estão submetidos aos efeitos do tempo, como nós humanos. Ou seja, os crocodilos não morrem devido à velhice, o que não significa que eles sejam eternos, evidentemente. Eles terminam morrendo por outros motivos.

Esses animais ao invés de envelhecerem, seguem crescendo no seu aspecto físico à medida que o tempo passa. Mas eles não estão sozinhos nisso, dividindo essa situação estranha com as tartarugas, lagostas, ouriços-do-mar, amêijoas e alguns outros bichos. Nenhum destes está submetido à senescência, que é o termo usado para que se indique deterioração gradual da aparência e das funções do corpo, com o avanço da idade. Ou seja, envelhecimento. Em nós humanos este processo é caracterizado pela diminuição da mobilidade, piora na visão e na audição, fraqueza muscular e a propensão a uma série de doenças da idade avançada. Um crocodilo de 70 anos, no entanto, não tem diferença significativa de outro que tenha menos do que dez. Isso em termos de força física e de agilidade. Os tamanhos, no entanto, irão diferir. O que vai se tornando um problema: quanto maior, mais precisa de alimento.

Crocodilos e esses outros animais que não envelhecem, morrem por causa de predadores, acidentes, doenças ou mesmo escassez alimentar, risco que citei antes. Jamais isso ocorre em função da decrepitude de suas células. No Zoológico de Calcutá, na Índia, uma tartaruga gigante morreu em 2006 com a idade de 255 anos. Há conchas na costa da Islândia com idade de 507 anos comprovada. Mas, voltando ao réptil que ocupa o centro das nossas atenções aqui no texto, ele não possui sequer um predador natural, por estar no topo da cadeia alimentar. Além disso, se trata do parente mais próximo dos antigos dinossauros, que ainda está entre nós. Isso ao lado das aves, mesmo parecendo à primeira vista algo muito improvável.

O crocodilo-de-água-salgada, também chamado de crocodilo poroso, é a maior espécie de réptil existente no planeta. Um macho adulto pode ter até sete metros de comprimento, pesando mais de uma tonelada. Estima-se que existam 100 mil deles vivendo em rios e pântanos costeiros, além do mar aberto e nas costas das ilhas existentes ao Norte da Austrália. É daquele país o personagem central do filme Crocodilo Dundee, uma comédia romântica, com aventura e ação, lançado em 1986. Conta a história de uma jornalista que vai até o país para entrevistar um lendário caçador. E termina levando ele consigo na volta para Nova York. O que acontece então se torna hilário, com o contraste entre a ingenuidade do convidado, que parece rude ao ter apenas um modo peculiar de viver a vida, e as supostas maravilhas urbanas.

Não é incomum as pessoas chamarem de crocodilos indivíduos que na verdade são de 14 espécies diferentes, todos da família Crocodylidae. O mesmo termo é usado também para os integrantes da ordem Crocodylia, composta pelos crocodilos verdadeiros e também os caimões, aligátores, jacarés e gaviais. E vivem na África, Ásia, Austrália e Américas. Quanto a mim, não quero chamar nenhum deles de nada: nem ofensas, nem pelo nome. Vai que algum deles atenda.

11.06.2023

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O bônus de hoje é tríplice e começa com o britânico Elton John e a música Crocodile Rock, em gravação feita ao vivo no Madison Square Garden. Depois temos o grupo brasileiro João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, com Lágrimas de Crocodilo. E fechamos com o trailer do filme Lilo, Lilo, Crocodilo (2022). A história relata a mudança da família Primm para Nova York. Josh, que é filho do casal, tem dificuldades para se adaptar à nova escola e fazer amigos. Mas, tudo muda quando ele encontra um crocodilo cantor, que adora tomar banho, caviar e boa música.