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JAMAIS DESISTIR DA UTOPIA

Não peçam que eu mate em mim o que há de melhor. Mesmo eu tendo que admitir vez por outra ficar cansado de dar “soco em ponta de faca”, ficar exausto de uma luta que parece inglória, desistir de ser utópico seria o mesmo que abrir mão da existência. Então, quando alguém me sugere que eu largue desta vida que rende tão pouco, materialmente falando, e que oferece mais dissabores do que alegrias, eu exito muito brevemente e volto ao meu normal: o de ser esperançoso.

Amanhã teremos o segundo turno das eleições municipais. E lá vou eu outra vez registrar na urna o meu desejo de um mundo melhor – que se iniciasse aqui, na minha amada Porto Alegre. Minha candidata está longe de ser a favorita. Na verdade, se as tais pesquisas eleitorais que eu já disse aqui detestar estiverem certas, ela está no papel de azarão. O que em momento algum me fará mudar de ideia, porque minha decisão não está baseada em números, nem nas campanhas feitas e muito menos na recomendação de quem quer que seja. Ela está firmada solidamente na convicção de que a cidade está muito mal administrada, com o prefeito atual não dando a atenção devida a quem mais necessita – Sebastião Melo desdenha a maioria da população e está a serviço do interesse de empreiteiras. E porque está mais do que na hora do povo voltar a ter vez e voz, com uma participação real e não ilusória em todas as decisões que impactam na vida dos porto-alegrenses.

Utopias são sonhos que se persegue, com a eterna esperança de que possam um dia se tornar realidade. Uma utopia é um ideal, podendo ser lugar ou realização que conduza para a completa harmonia e felicidade entre as pessoas. Uma sociedade ideal. Levada essa percepção ao seu extremo, seria a reconstrução do Éden aqui na Terra. Porque as relações humanas se fundamentariam em leis justas e respeitadas, em igualdade real, em instituições políticas e econômicas comprometidas de fato com o bem-estar coletivo. E, cá entre nós, isso não deveria ser a busca maior de todos nós?

Eu abordo a questão utópica aqui em sua visão macro, ao mesmo tempo em que dou foco no aspecto eleitoral. Faço isso porque entendo que é com a democracia que se pode construir esta sociedade, por enquanto apenas imaginária. Porque entendo que é direito e dever de cada um de nós trabalhar por essa ideia evolutiva, de crescimento sustentável.

Ainda sobre as eleições municipais em Porto Alegre, precisamos nos dar conta de que apenas 31,49% do eleitorado da capital gaúcha apostou na reeleição de Sebastião Melo, no primeiro turno. Ou seja, foram 345.420 votos num universo possível de 1.096.641 eleitores aptos a votar. Então, se trata de uma minoria que está satisfeita com sua administração, ou que por ela vem sendo beneficiada. Então, mesmo que estatisticamente difícil, acreditar numa virada é sonho possível. Que, isso é evidente, só poderá se concretizar amanhã se o restante da população acordar, não permitindo que menos de um terço decida pelo futuro de todos. Aliás, o atual prefeito perdeu inclusive para a abstenção, com a ausência de 345.544 eleitores, numa diferença de 124 em seu desfavor.

Um exemplo histórico e gritante de que tal fato – a virada – pode vir a acontecer está na ilustração colocada hoje aqui no blog. São capas do jornal Zero Hora na véspera e logo após o pleito municipal de 1988. O principal jornal da RBS anunciou em manchete, no dia anterior, que seu preposto, o jornalista Antônio Britto (PMDB), venceria as eleições com pelo menos 10% de diferença de votos sobre Olívio Dutra (PT). Quando a apuração terminou Olívio tinha 38,91% dos votos; chegou em segundo Carlos Araújo (PDT), com 24,88%, em terceiro Guilherme Villela (PDS), com 14,75%, e o “favorito” Britto amargou a quarta colocação, com apenas 11,33% dos votos. Três outros candidatos também competiam, mas nenhum deles alcançou os dois dígitos na soma das indicações dos eleitores. Lembremos também que não existia segundo turno, naquela época. E, com aquele bom exemplo no pensamento, façamos a aposta na melhor possibilidade de futuro, votando em Maria do Rosário.

26.10.2024

A lição histórica sofrida por Zero Hora, quando da eleição de Olívio Dutra para prefeito de Porto Alegre

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O bônus de hoje é Eu Tive Um Sonho, do Kid Abelha, banda liderada pela vocalista Paula Toller. Esta música usa metáforas para expressar sentimentos de desafio, coragem e entrega. Logo no início sua letra oferece a imagem impactante de um salto para o desconhecido, com a necessidade de se enfrentar medos e incertezas com fé, entendimento de que as adversidades podem ser superadas. No seu segundo verso ela nos inspira a superar perigos. Depois, com a repetição que se segue, de “é o que devemos fazer”, reforma a mensagem de que se precisa avançar sem medo. Como amanhã, nas urnas.