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AMEAÇA INFANTIL DE RETALIAÇÃO

Ele não é jornalista, tendo concluído foi o curso de Direito. Mas trabalhou na TV Jovem Pan, a partir de 2022, ao lado de Augusto Nunes. No ano seguinte, apareceu de cuecas em uma transmissão feita ao vivo, o que lhe rendeu sérios problemas. Foi colunista no jornal O Estado de São Paulo e atuou na série televisiva Investigação Criminal: Crimes Perversos, do AXN Brasil e Amazon Prime.

Ainda em 2023, foi demitido da emissora ao se recusar a realizar uma retratação, depois de ter chamado um desembargador de vagabundo e louco. Terminou condenado, junto com a emissora, a pagar indenização por danos morais. No mês de setembro de 2024, foi obrigado a tirar do ar uma paródia que fez da canção Cálice, de Chico Buarque, que usou para atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Também em 2024 ele foi processado por Vera Ferreira, que é neta de Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”. Ela exigia indenização de 245 mil reais, além da correção em eventuais edições futuras, depois de constatar uma série de inverdades em uma obra que ele escreveu sobre o avô dela. O que aparentemente fizera sem nenhum embasamento histórico ou pesquisa. Em um período da vida conturbado, ainda teve contra si uma ação judicial movida pela Advocacia-Geral da União (AGU), por ter associado o nome do então ministro da Justiça, Flávio Dino, ao crime organizado.

Apresentador do programa Faroeste à Brasileira, da revista Oeste, ligada à extrema-direita brasileira, entre junho de 2024 e julho de 2025, teve que se afastar dela também devido a uma série de problemas judiciais que causou. Entretanto, permanece atuando nos seus bastidores, agora como “diretor de conteúdo”.

Antes de tudo isso, quando candidato a vereador em São Paulo, pelo Patriota, em 2020, em uma transmissão ao vivo pelo Youtube, na qual era comentado o debate eleitoral que havia sido feito na TV Cultura, fez um gesto considerado misógino contra a candidata Marina Helou, da Rede Sustentabilidade. Obteve 3.298 votos e não foi eleito. Agora, mais recentemente, ao lado de Flávia Ferronato, foi autor do esboço do projeto da Lei da Anistia, para buscar a liberação dos que foram presos pelos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Estou falando de Tiago Pavinatto, a quem vereadores da capital gaúcha desejavam, dias atrás, conceder o título de Cidadão de Porto Alegre. Foi da Comandante Nádia, do Progressistas, a iniciativa. Entretanto, não foi alcançado o número de votos necessários, pois ela não relatou o que ele teria feito de positivo pelo município, que justificasse a indicação. A partir do resultado da votação, juntaram-se à representante do PP seus colegas Coronel Ustra (PL), Jessé Sangalli (PL), Alexandre Bobadra (PL), Tiago Albrecht (Novo), Ramiro Rosário (Novo), Maria Lescano (PP) e Marcos Felipe Garcia (Cidadania), todos os oito propondo como retaliação que venha a ser cassada a já concedida cidadania local para a carioca Márcia Barbosa, atual reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que aconteceu em junho.

Márcia nasceu no Rio de Janeiro, mas reside em Porto Alegre desde criança, quando sua família veio de mudança. Ela é uma cientista de renome internacional, integra a Academia Brasileira de Ciências e a Academia Mundial de Ciências, sendo também vice-presidente do International Science Council. Tem uma vida toda dedicada à pesquisa e ao ensino. Está realizando, nos últimos tempos, um trabalho profícuo de recuperação da UFRGS, no sentido de a instituição ser mantida como uma das referências nacionais em termos de qualidade. E não pode ser posta em questão a sua posição e relevância para a comunidade local, devido à lamentável infantilidade deste pequeno grupo de pessoas que, com certeza, mesmo juntas representam Porto Alegre muito menos do que ela.

09.10.2025

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