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BANDEIRAS E PROPÓSITOS DISTINTOS

Hoje me dedico a falar de bandeiras. Ou de escolhas que têm sido feitas, em relação a duas delas. Mas, preciso começar com alguns dados mais básicos, necessários para o posterior entendimento.

Segundo informações oficiais do Escritório Central de Estatísticas de Israel, apenas 1,9% da sua população é cristã. Judeus – que não acreditam em Jesus – compreendem 77% do total de habitantes, havendo também quem professe outras religiões que não essas duas. Por favor, contem isso com urgência para todas e quaisquer pessoas de suas relações, que sejam pentecostais. Por que parece que elas têm aquela como uma nação cristã exemplar. Digam também que habitantes daquele país do Oriente Médio vivem sob um regime de leis que por aqui essa turma combate.

Por exemplo: em Israel a legislação permite o uso da maconha tanto para fins medicinais quanto recreativos. Por lá, o cultivo caseiro de plantas da cannabis é consentido desde 2019, ano no qual ocorreu a 4ª Conferência Anual da CannaTech, na qual esteve entre os oradores inclusive o ex-primeiro-ministro Ehud Barak. E são mais de 550 fazendas licenciadas para a produção e comercialização da maconha no país. Outra coisa que irá horrorizar estes seus supostos conhecidos que sejam “terrivelmente evangélicos”, como o ministro André Mendonça, do STF, é o fato do aborto também ser legalizado. Enquanto no Brasil tramita um projeto de lei que pretende obrigar até mesmo meninas menores de idade a levarem a termo gestações, mesmo que resultantes de estupros, por lá existe liberalidade quase que total.

Em Israel a interrupção da gravidez é permitida se a mulher tem menos de 18 ou mais de 40 anos; se ela não é casada ou se a gravidez resultou em relação fora do casamento – e a família, meu Deus!, como é que fica nessa história? –; se a gravidez é resultante de estupro ou de relação incestuosa; quando o feto apresenta probabilidade de ter doenças sérias; e ainda quando este fato põe em perigo a vida de mulher ou pode lhe causar danos físicos ou emocionais. Uma ampla gama de motivos, como se pode ver. Em quaisquer desses casos a aprovação para o aborto tem que ser dada por um Comitê de Encerramento da Gravidez, que é formado por três pessoas: um médico especialista em ginecologia e em obstetrícia, outro médico especialista em área diversa e um assistente social. Pelo menos uma destas três pessoas tem que ser mulher e a resposta geralmente é dada no ato. As solicitações têm uma aprovação que gira em torno de 98% dos casos. Interessante ressaltar que para os casos de gravidez resultante de relação extraconjugal ou de incesto, basta que a mulher faça uma declaração.

Agora, o tiro de misericórdia: em Israel a união civil (uma parceria registrada) entre pessoas do mesmo sexo é reconhecida desde 1993, com casamentos sendo legais desde 2006. Os casais homossexuais usufruem dos direitos que têm os casais heterossexuais. Além disso, as forças armadas daquele país não restringem o acesso deles. Pelo contrário, os homossexuais têm o mesmo dever, uma vez que se trata de algo obrigatório para todos. Pouco importa se os nomes forem Carlos ou Carlota, Renan ou Renata, o exército será uma realidade igual.

Pois é a bandeira desse país que se vê em templos por aqui. Ela tem sido presença constante também em manifestações de apoio dessas comunidades religiosas ao antigo governo, de Jair Bolsonaro. E até mesmo em eventos como a Marcha para Jesus. O que é bastante estranho. Talvez os pastores devessem ser informados de que é o Hamas e outros grupos islâmicos radicais que são contra quaisquer direitos para as mulheres; que costumam condenar à morte homossexuais; que são rígidos quanto ao uso de determinadas substâncias; e que se dedicam ao seu Deus (Alláh ou Al Ilah, literalmente) com a disposição de sacrificar a própria vida.

A bandeira de Israel é branca, com duas listras horizontais em azul claro que vão de um lado a outro, tendo a estrela de David (seis pontas) no centro, entre elas, também em azul. A bandeira do Hamas é toda verde, com uma inscrição em branco centralizada e tomando boa parte de toda a área. Pelo que consta, se trata da transcrição do artigo oitavo da sua Carta de Princípios: “Alláh é nosso objetivo, o Profeta nosso modelo, o Corão nossa constituição, a Jihad nosso caminho e morrer pela causa de Alláh nossa maior esperança”. Quem sabe uma troca não seja cogitada? Essa parece tão mais apropriada para o uso religioso que aqui vem sendo dado à outra.

Agora, se no início eu prometi falar de duas bandeiras, vou fugir um pouco do propósito primeiro e citar uma terceira. A bandeira da Palestina tem três listras horizontais, nas cores preta, branca e verde, além de um triângulo vermelho que ocupa toda a lateral esquerda do pano. O povo que ama e vive sob essa bandeira, mesmo tendo seu território ocupado há décadas, está sendo agora bombardeado por militares daquela azul e branca, em represália a atentados promovidos pelo pessoal que age sob aquela verde e branca. Muito honesto, como se vê.

19.10.2023

P.S.: Hoje teremos mais uma vez aqui no blog a sessão anexa, logo após as chamadas para doações e antes do bônus. São informações e pequenas propostas para reflexão.

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ALGUMAS COISAS PARA SE PENSAR (07)

  1. Bastou o conflito no Oriente Médio surgir como uma pequena ameaça ao seu abastecimento de petróleo e os EUA deixaram de descrever a Venezuela como uma sucursal do Inferno e Nicolas Maduro como emissário do Demônio. Na mesma semana na qual iniciaram as hostilidades eles fecharam acordo para receber o óleo do nosso vizinho aqui da América do Sul, em troca de um “abrandamento” nas sanções que mantêm contra o país. Bem pragmático isso. E comportamento típico do “Grande Irmão do Norte”.
  2. Falando em conflitos: vocês notaram que ninguém mais está morrendo na guerra entre Rússia e Ucrânia? O Zelensky deve estar desesperado por ter sumido da mídia internacional e, com isso, reduzida a sua possibilidade de continuar pedindo recursos.

O bônus de hoje é o clipe de uma música folclórica palestina que foi disponibilizado pela Fundación Palestina Belen 2000. Ela tem sede em Santiago, no Chile, sendo uma entidade sem fins lucrativos e que concentra seus esforços para garantir que crianças palestinas continuem sendo crianças, oferecendo melhores condições de vida também para as suas famílias.