NEM A COCA-COLA AGUENTA O TRUMP

A The Coca-Cola Company ocupa uma posição de destaque em todas as listas das maiores empresas dos EUA. Sua colocação específica varia em função do critério utilizado para a avaliação, que pode ser receita, valor de mercado ou outro qualquer. Quanto ao faturamento, a revista Fortune afirma estar em 88º lugar, com mais de 47,1 bilhões de dólares em 2024. Em valor da marca, está no Top 10. Pois essa potência toda está sofrendo agora o risco de um abalo sério, graças ao temperamento irrascível de Donald Trump.

A Coca-Cola fabricada nos EUA utiliza latinhas cujo alumínio é produzido no Canadá. Os adoçantes chegam do México e da China, enquanto os flavorizantes são importados da França e da Suíça. Os equipamentos da indústria vêm da Alemanha e da Coreia do Sul, que garantem inclusive a sua manutenção. Com isso, cada um destes componentes foi atingido duramente pelo canetaço tarifário de Donald Trump. Mesmo que esteja ocorrendo um vai e vem, com aplicação e suspensão da medida, com os percentuais sendo diferentes e sofrendo reconsiderações, a incerteza faz com que a indústria enfrente uma imprevisibilidade insustentável. Se tudo for repassado, o preço do refrigerante vai às nuvens dentro do país sede. As operações globais, que antes de Trump funcionavam com a precisão de um relógio suíço, viraram um quebra-cabeças difícil de montar.

A empresa, que é uma das mais icônicas da história estadunidense, está precisando rever com urgência toda a sua estratégia. Até porque a onda de rejeição a tudo o que esteja associado aos Estados Unidos, somada à crise financeira internacional já previamente existente e agora agravada pelas decisões intempestivas deste irresponsável que voltou ao poder, deve afetar também o consumo do produto fora da sua sede.

Entre as providências já tomadas está um reposicionamento global, que busca destacar um caráter local em outros países. Ou seja, vender a ideia de que a Coca-Cola também é de cada um deles e não algo vindo de fora. Isso já está em andamento na Dinamarca e no Canadá, com uma forte campanha publicitária e de marketing. Nestes dois já consta nos recipientes a inscrição “produto nacional”, numa espécie de faz de conta, como se ela tivesse se mudado de vez para aquele território. Mas, obviamente, isso teria que ir muito além das palavras. Então, está em andamento a implementação de algumas ações que sugerem um compromisso maior com a economia destes países.

Para a América Latina já ocorrera mudança na estrutura administrativa, com o comando da região sendo transferido para o Rio de Janeiro. Antes estava em Buenos Aires, o que hoje significaria estar perto demais de um dos aliados ideológicos de Trump, Javier Milei. Aparentemente deve se intensificar também a aquisição de marcas locais e populares nos países sul-americanos, uma política que já adota há algum tempo. Fez isso em nosso país, ao longo do tempo, com os guaranás Kuat e Jesus, além de Simba, Taí, Charrua, Tuchaua e Guarapan. Na Argentina e outros países de língua espanhola ela comprou a Del Valle, adicionando néctares e sucos ao seu portfólio, além da AdeS, que é líder em bebidas à base de proteínas vegetais. Assim ela cresceu entre as não-carbonatadas, o que diversificou a produção.

A Coca-Cola nasceu em uma farmácia localizada na Geórgia, no ano de 1886. Sua sede central permanece em Atlanta. No Brasil está presente desde 1942, tendo aqui uma longa história de sucesso. Hoje lidera as vendas em todo o país, apesar de ter ficado atrás da Pepsi-Cola no Rio Grande do Sul e apenas nele, ao longo de 30 anos.

27.05.2025

Você gosta de política, comportamento, música, esporte, cultura, literatura, cinema e outros temas importantes do momento? Se identifica com os meus textos? Se você acha que há conteúdo inspirador naquilo que escrevo, considere apoiar o que eu faço. Contribua por meio do PIX virtualidades.blog@gmail.com ou fazendo uso do formulário abaixo:

Uma vez
Mensal
Anualmente

FORMULÁRIO PARA DOAÇÕES

Selecione sua opção, com a periodicidade (acima) e algum dos quatro botões de valores (abaixo). Depois, confirme no botão inferior, que assumirá a cor verde.

Faça uma doação mensal

Faça uma doação anual

Escolha um valor

R$10,00
R$20,00
R$30,00
R$15,00
R$20,00
R$25,00
R$150,00
R$200,00
R$250,00

Ou insira uma quantia personalizada

R$

Agradecemos sua contribuição.

Agradecemos sua contribuição.

Agradecemos sua contribuição.

Faça uma doaçãoDoar mensalmenteDoar anualmente

O bônus de hoje oferece a música Geração Coca-Cola, com o grupo Legião Urbana. Depois temos um segundo áudio, esse com I’d Like To Teach The World To Sing In Perfect Harmony (Eu gostaria de ensinar o mundo a cantar em perfeita harmonia). Essa é uma canção pop que surgiu como um jingle inovador em comercial da Coca-Cola, levado ao ar pela televisão em 1971. Foi produzida por Billy Davis e interpretada pelo The New Seekers, retratando uma mensagem positiva de esperança e amor cantada por um grupo multicultural de adolescentes no topo de uma colina. Originalmente, incluía o verso I’d like to buy the world a Coke (Eu gostaria de comprar uma Coca-Cola para o mundo) e repetia It’s the real thing (É a coisa real), o tema de marketing da Coca-Cola na época. Foi tão popular que foi regravada pelo The New Seekers e pelo The Hillside Singers como uma música completa, eliminando referências ao refrigerante, se tornando um sucesso. 

Legião Urbana – Geração Coca-Cola
The New Seekers – I’d Like To Teach The World To Sing In Perfect Harmony