DESCOBRI O REAL SIGNIFICADO DA SIGLA VAR

Se você, assim como eu, gosta de assistir partidas de futebol tanto nas arenas quanto pela televisão, saiba que temos sido enganados quanto ao real significado da sigla VAR. As federações nos venderam a falsa ideia de que ela é composta pelas iniciais de Video Assistant Referee, a sua denominação oficial em inglês. Pois vou provar que na realidade ela é a confissão de uma ação deliberada para enlouquecer os torcedores mais fiéis, sendo de fato a abreviatura de Vamos Alterar o Resultado.

O sistema – não como é de fato, mas como nos foi vendido – teve as suas primeiras experiências ainda em 2016, durante a disputa de uma partida oficial válida pela terceira divisão do futebol dos Estados Unidos. O que é um fenômeno, porque é difícil acreditar que esta divisão exista por lá, mesmo hoje em dia. E a sua aprovação oficial se deu dois anos depois, em 3 de março de 2018, quando a FIFA indicou a utilização em competições de alto nível. Isso aconteceu ainda naquele ano, na Copa do Mundo que foi sediada pela Rússia. Em nosso país haviam testado primeiro no Campeonato Pernambucano de 2017 e o introduziram na Copa do Brasil de 2018. Mas, foi a partir de 2019 que no Brasileirão ela se tornou algo habitual.

Essa é uma brevíssima síntese histórica daquilo que, traduzido, seria Árbitro Assistente de Vídeo. Como AAV se tornaria impronunciável em português, foi popularizado como VAR mesmo. Seu objetivo básico era oferecer um auxílio tecnológico para que os árbitros pudessem tornar suas decisões menos passíveis de erros. Com ajuda de vídeo e a intervenção de assistentes, lances duvidosos não resultariam em causa de injustiças que alterassem o placar final das partidas. Isso funciona razoavelmente bem no resto do mundo, porém no Brasil tem sido sinônimo de mais dúvida e discórdia entre todos os envolvidos, de atletas passando por comissões técnicas, dirigentes e chegando aos torcedores. O que rende discussões acaloradas – o que seria de menos –, além de significar prejuízos enormes para clubes que perdem posições tanto nas tabelas quanto nas premiações.

O volume de problemas está crescendo cada vez mais. Atinge mesmo patamares que são inacreditáveis, colocando em dúvida inclusive a lisura das competições e a honestidade dos envolvidos. Tirando da análise estatística Flamengo e Corinthians, por razões óbvias – há um estranho fenômeno acometendo quem apita seus jogos –, uma vez que para eles os problemas sempre são consideravelmente menores, até a rodada deste final de semana os recordistas em prejuízos eram Grêmio (12), Bahia (11), Juventude (9), Internacional (8) e Atlético Mineiro (8). Esses números são o resultado de levantamento de agências especializadas em estatísticas esportivas.

Como estou escrevendo aqui do Sul, me permito citar agora apenas os três times do meu Estado. O Juventude teve, na relação de “equívocos”, um pênalti sonegado para si e outro mal marcado contra, no mesmo jogo contra o Cruzeiro. Perdeu por 2×0 uma partida que talvez pudesse ter empatado. O Internacional contra o Corinthians em São Paulo teve um pênalti não marcado e em Porto Alegre um gol mal anulado – na Capital Gaúcha poderia ter conseguido a vitória. O Grêmio, para se ficar apenas no jogo do último sábado, em Bragança Paulista, perdeu seu zagueiro Kannemann mal expulso, ainda no primeiro tempo. E, aos 56 minutos do segundo teve um pênalti inexistente assinalado contra si. O árbitro havia dado oito minutos de acréscimos e o lance ocorreu depois disso. TODOS esses poucos lances citados como exemplo, dois de cada um dos times, tiveram ação equivocada ou omissão inexplicável do VAR.

No caso do Grêmio contra o Bragantino, a forte reação do zagueiro que recebeu o vermelho, bem como uma entrevista muito sincera do lateral Marlon – ele levou o terceiro amarelo no lance injusto –, poderão ainda resultar em punições mais severas do que a suspensão automática. E os árbitros, que se mostram desqualificados ou mal intencionados, esses não têm risco algum exceto uma eventual “geladeira” por duas ou três das rodadas subsequentes. Quem paga os prejuízos? O futebol é uma indústria milionária, cuja roda gira em torno das arrecadações, de cada uma das conquistas possíveis. Um único ponto a mais ou a menos pode tirar o clube de uma Libertadores, impedir um título, causar rebaixamento imerecido.

No Brasil, essa estrutura profissional esbarra no atual amadorismo das arbitragens. Seus integrantes têm outras ocupações, com atuações em campo sendo apenas um bico relativamente bem remunerado. O que rende ainda notoriedade, viagens e estadias. Mas os critérios de seleção, treinamento, avaliação e eventuais promoções de cada um deles têm que passar por uma urgente atualização. Além de tudo, existe um forte corporativismo. Quem sempre chefia o departamento de arbitragem na CBF é um árbitro aposentado. E lobo não come lobo.

Em passado não muito remoto – foi em 2005 –, a comprovada atuação criminosa de árbitros foi descoberta. Propositalmente, a chamada Máfia do Apito influenciou em 29 partidas válidas pelo Brasileirão, o Campeonato Paulista e a Copa Libertadores. O elemento central foi Edilson Pereira de Carvalho, mas ele não agiu sozinho. Descoberta a falcatrua, ele admitiu que chegava a receber R$ 20 mil por jogo do qual alterava o resultado. Foi eliminado do quadro de arbitragem. Mas, o que foi feito de concreto desde então para que situações semelhantes não mais se repetissem? E hoje em dia, com centenas de BETs e seus milhões de apostadores interessados, vocês acreditam mesmo que manipulações estariam fora de cogitação?

No VAR brasileiro é concreta a morosidade das decisões e a falta total de critérios. O mesmo lance, em jogos distintos e algumas vezes ao longo do mesmo, são interpretados de modo distinto. Em ocasiões nas quais se faz necessário traçar a famigerada linha para determinar se foi ou não impedimento no lance, os operadores na cabine conseguem inclusive desmentir a ciência, que afirma que duas linhas paralelas só se encontram no infinito. Com eles aplicando o mecanismo elas se tocam muito antes, entre a grande área e as laterais que delimitam o gramado. É inacreditável!

Só mesmo paixão ou loucura explicam porque a gente sempre volta às arenas, sempre liga outra vez a televisão. No meu caso, tenho certeza absoluta da primeira hipótese, mas não fujo de avaliar como possível a segunda. Agora, sou convicto em dizer que não é masoquismo, mesmo que até isso possa parecer.

05.10.2025

Kannemann sendo injustamente expulso, em Bragantino x Grêmio.
O árbitro Lucas Casagrande não tem coragem sequer para olhar o jogador.

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O bônus de hoje é E o juiz apitou, de Chico Buarque. A música integra seu DVD O Futebol.