PÁSSARO FERIDO TAMBÉM VOA

Ele nasceu em Londres, dia 21 de fevereiro de 1910 e, aos 18 anos de idade, passou a integrar a Royal Air Force (RAF), do Reino Unido. Três anos depois de ter se juntado a ela, em 1931, ao fazer uma manobra acrobática com o avião que pilotava, chocou-se contra o solo. Devido ao acidente, do qual sobreviver já fora algo inusitado, teve ambas as pernas amputadas próximo aos joelhos. Com isso, acabou afastado da sua função de piloto, mas não se deixou vencer pela adversidade e aprendeu a usar com desenvoltura pernas artificiais, caminhando sem ajuda alguma. Começou então a trabalhar na secção de aviação da Asiatic Petroleum Company, que mais tarde se tornou Shell Oil.

Apesar de negativas médicas e uma enorme dúvida, quando a Segunda Guerra Mundial começou, ele foi reincorporado à força aérea, em 1939, passando a pilotar os famosos caças Supermarine Spitfire e Hawker Hurricane. Em pouco tempo Bader se tornou líder de esquadrão, participando ativamente de uma série de batalhas, sempre com coragem e bravura que servia de exemplo aos companheiros. A ele foi creditado ter abatido pelo menos 22 aeronaves alemãs e danificado seriamente outras 11, entre aviões de combate e bombardeiros. As primeiras dessas vitórias teriam sido em Dunquerque, quando da Batalha da França, em 1940. Também se destacou na Batalha da Grã-Bretanha, quando se tornou amigo e apoiador do Vice-Almirante do Ar, Trafford Leigh-Mallory, que propunha uma formação diferente e experimental nos combates aéreos, no formato de “Asa Grande”.

Em 9 de agosto de 1941 Bader não foi muito feliz. Não no seu início, uma vez que no final outra vez se deu bem. Voltando para a base, depois de mais uma missão na qual havia abatido um caça inimigo, seu Spitfire foi atingido violentamente. A seção da cauda foi arrancada e, totalmente descontrolado, o avião girava se aproximando do solo. O piloto, mesmo tendo conseguido abrir a carlinga, não tinha forças para ejetar. Numa manobra desesperada, abriu seu paraquedas. A pressão do ar assim o arrancou para fora, mas a perna protética que o estava prendendo ficou na cabine. Estava no norte da França, perto de Saint-Omer, por uma dessas coincidências do destino, onde seu pai morrera anos antes. Um bote de salvamento alemão o resgatou e ele foi preso.

Depois de mais de uma tentativa de fuga, acabou enviado para o campo de segurança máxima existente em Colditz, onde ficou até o final da guerra. Durante este período fez amizade com Adolf Galland, também um ás da aviação de guerra, que chegou a general servindo na Luftwaffe, depois de realizar mais de 705 missões e ser abatido quatro vezes ao longo do conflito. Libertado em abril de 1945, Bader solicitou seu retorno às linhas de frente, mas o pedido foi negado. Assim, retornou à vida civil, seguindo na carreira que já experimentara, na indústria petrolífera. E se tornou um grande defensor dos direitos dos deficientes.

Em 1976 Douglas Bader foi condecorado cavaleiro e recebeu o título de “Sir” pelos serviços prestados. A cerimônia integrou as homenagens e honras do aniversário da rainha Elizabeth II. Sua história rendeu um livro e um filme de sucesso, “Reach for the Sky” (O Céu ao Seu Alcance, na versão em português). A biografia foi escrita por Paul Brickhill, ele próprio um piloto de caças australiano. No cinema o papel principal foi vivido por Kenneth More, sob direção de Lewis Gilbert. Douglas Bader faleceu em 5 de setembro de 1982, aos 72 anos, deixando um legado de inspiração e coragem. 

15.09.2025

Douglas Bader, com pernas mecânicas, embarcando em seu caça

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O bônus de hoje é clipe da música Coragem, de Diogo Nogueira.