FICA EM LUXEMBURGO O NOVO BRASIL
No ano de 1828 várias famílias de uma área rural e empobrecida de Luxemburgo, um pequeno país europeu que faz divisa com Bélgica, França e Alemanha, pretendiam migrar para o Brasil. Estavam com enormes dificuldades para se manter, devido aos altos impostos que tinham que pagar, ao mesmo tempo em que a produção de alimentos estava em baixa e mal os sustentava. Entretanto, foram impedidas pela falta de autorização do Império Brasileiro. A informação transmitida para eles é que o nosso país já havia recebido um número suficiente de imigrantes, o que atendia o propósito de povoar o território – e o embranquecer, segundo teorias mais atuais.
Acontece que aquelas pessoas já haviam vendido o pouco que possuíam e estavam prontas para atravessar o Atlântico. Com a frustração dos seus planos precisaram ser realocadas no seu próprio país. E esse local do assentamento ficou conhecido como Nei Brasilien (Novo Brasil). Em situação ainda pior do que aquela que viviam anteriormente, não eram bem-vistos pela vizinhança. Esta temia que, por não terem nada, fossem ou se tornassem ladrões. Eram praticamente mendigos e o estigma foi associado ao nome que lhes deram, de “brasileiros”. Convenhamos que essa falta de respeito não ficou restrita àquela época, assim como não apenas àquele país. Os imigrantes seguem sendo vistos, na maior parte das vezes, com enorme desconfiança.
Agora, não há nada que o tempo e o trabalho não possam de fato curar ou fazer esquecer. Hoje o local é próspero e o termo passou a ser usado em um centro cultural e numa escola, além de existirem pinturas que contam este passado de superação com orgulho. Elas estão expostas especialmente na igreja existente, mas não apenas nela. O que se pode avaliar até como verdadeira ironia do destino é o fato de atualmente existirem algumas famílias de brasileiros legítimos que residem por lá.
Precisa ser considerado, no entanto, que embora o número de imigrantes luxemburgueses tenha ficado longe daquele de italianos e alemães, por exemplo, que vieram em larga escala, ainda assim ela aconteceu aqui no Brasil. Temos registros de que pelo menos 2.500 deles deram entrada em nosso país, até 1940. Isso representa 1,5% da sua população naquela época, o que não é pouco. Vieram principalmente para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo.
Na atualidade, com frequência Luxemburgo tem liderado o ranking dos países mais ricos do mundo, quando é utilizado o critério da renda per capita. Se a avaliação é feita em termos de riqueza mediana – valor da soma de todos os recursos dividido pelo número de adultos –, também se destaca. Além disso, é visto como vanguarda no que se refere a assuntos como inovação e competitividade, com a saúde de sua economia e a eficácia de suas políticas sendo apontadas como causa. Em todos esses itens, portanto, está hoje em situação melhor do que este país que não acolheu aquele grupo. Por lá o transporte público é totalmente gratuito, não apenas o urbano como para viajar por todo o país. O português é o segundo idioma mais falado, ficando atrás apenas do francês. E metade de sua população é estrangeira, com pessoas vindas de nada menos do que 170 países diferentes.
Durante a Segunda Guerra Mundial o país sofreu problemas graves e, com eles, aprendeu o valor da cooperação, uma vez que isolacionismo e neutralidade raramente são respeitados. Tanto que ele foi invadido e ocupado duas vezes em 30 anos. Assim, tornou-se um dos maiores defensores da integração, inclusive mediando disputas entre os seus vizinhos maiores e ajudando na recuperação econômica e na busca de uma paz duradoura para o continente. Sua capital, Luxemburgo, divide com Bruxelas (Bélgica), Estrasburgo (França) e Frankfurt (Alemanha), o privilégio de ser sede de várias instituições e organismos administrativos da União Europeia.
02.08.2025

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Faça uma doaçãoDoar mensalmenteDoar anualmenteO bônus de hoje é um vídeo mostrando aspectos da parte histórica da cidade de Luxemburgo, com alguns parques e áreas verdes, tendo como fundo musical Schwanengesang, D. 957: No. 4, do compositor austríaco Franz Peter Schubert.