OUTROS FILMES SOBRE A DITADURA (2)
Depois de ter apresentado aos leitores seis alternativas de filmes cujo tema, a exemplo do recente sucesso Ainda Estou Aqui, é a ditadura militar que perdurou no Brasil entre 1964 e 1985, recomendo aqui mais alguns. Todos eles se referem a fatos históricos relacionados ao período, ou a consequências deles. Estão acompanhados de links que permitem acesso gratuito para que se assista na íntegra ou pelo menos o trailer, na Internet. E listados na ordem de lançamento.
1. Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias. Drama e ficção histórica, se passa no ano de 1970, com a população brasileira vibrando com a conquista da Copa do Mundo, disputada no México. Um cidadão pacato, casado e pai de dois filhos, divide um táxi acidentalmente com um militante de esquerda, ao chegar de um voo. Termina sendo preso e torturado, sem sequer entender a razão. Estrelado por Reginaldo Faria, Antônio Fagundes, Natália do Valle e Elizabeth Savalla, foi incluído pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) na relação dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, em 2015.
2. O que é isso, companheiro? (1997), de Bruno Barreto. Conta todo o desenrolar da história verídica do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, ocorrido em setembro de 1969, por integrantes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e da Ação Libertadora Nacional (ALN). Ao menos essa é a base real para que dela se desenvolva uma trama ficcional. Nela, o jornalista Fernando e seu amigo César abraçam a luta armada contra a ditadura militar, no final da década de 1960, após a instauração do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Os dois ingressam num grupo guerrilheiro e, em uma das ações nas quais se envolvem, César é ferido e capturado. Integram o elenco Fernanda Torres, Selton Mello, Matheus Nachtergaele, Pedro Cardoso, Cláudia Abreu, Caio Junqueira, Eduardo Moskovis e Luiz Fernando Guimarães, entre outras atrizes e atores brasileiros, além do ator estadunidense Alan Arkin.
3. Cabra Cega (2005), de Toni Venturini. Drama ficcional, o filme narra a trajetória de dois estudantes que vivem o sonho da revolução. Tiago, comandante de um grupo de ação, é ferido em emboscada pela polícia e precisa se refugiar em um apartamento, onde a militante Rosa se torna sua enfermeira e também seu único contato com o mundo. Vencedor do Festival de Brasília – recebeu cinco Candangos de Ouro – e do Festival de Campo Grande, traz Leonardo Medeiros e Débora Duboc nos papéis principais. O link abaixo remete ao trailer.
4. Cidadão Boilesen: um dos empresários que financiou a tortura no Brasil (2009), de Chaim Litewski. O documentário conta a história do empresário dinamarquês Henning Albert Boilesen. Ele visita desde a escola onde ele estudou quando criança e adolescente, na Dinamarca, chegando ao tempo em que viveu em São Paulo. Há depoimentos de Fernando Henrique Cardoso, Egídio Martins, Erasmo Dias e do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, entre outros personagens. E debate o hábito sádico do empresário, que costumava assistir pessoalmente as sessões de tortura, o que foi confirmado tanto por militantes quanto militares.
5. Cúmplices? A Volkswagen e a Ditadura no Brasil (2017), de Stefanie Dodt e Thomas Anders. Trata-se de um documentário produzido pela TV pública alemã, a partir da história real de Lúcio Antônio Bellentani, um trabalhador que foi preso e torturado por militares após ser denunciado como comunista pela empresa onde trabalhava: a fábrica da Volkswagen de São José dos Campos, em São Paulo. A investigação comprovou, com farta documentação, o que se suspeitava: a colaboração desta com o golpe militar foi profunda.
Sem possibilidade alguma de qualquer manifestação livre, de poderem as pessoas que pensavam diferente expor seus pontos de vista, não era nada fácil se ouvir vozes em oposição durante a famigerada ditadura militar. Uma alternativa era a pichação de muros, monumentos e prédios com o protesto necessário. Silencioso e marcando presença, isso incomodava muito os fardados. Um exemplo está na foto que ilustra esta postagem, com verdade incômoda. Ela é uma das muitas que integram o acervo do Arquivo Nacional, não tendo sido possível apurar sua autoria.
30.04.2025

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