O ROSTO DA ESTÁTUA
O que teriam a Estátua de Liberdade e a indústria de máquinas Singer em comum? Essa resposta duvido que tenha, por exemplo, o empresário aquele que se veste como um papagaio e coloca réplicas do monumento existente em Nova Iorque na frente de suas lojas. Mas, admito que esse desconhecimento não é demérito dele, uma vez que pouca gente poderia responder isso com presteza. É que o rosto que serviu de modelo para a primeira é o da milionária herdeira da segunda: Isabelle Boyer.
A mulher nasceu em Paris, sendo seu pai um simples pasteleiro africano e sua mãe uma inglesa. Desde muito jovem, foi reconhecido que ela fora dotada de uma beleza incomum. Assim, com apenas 20 anos chamou muito a atenção do fabricante de máquinas de costura Isaac Singer, que tinha 50 e se casou com ela. Mais tarde viúva, tendo se tornado a mulher mais rica do país com a herança que lhe coube, passou a viajar pelo mundo. Costumava dizer que não ficaria “enterrada sob roupas de luto”. E foi assim que conheceu e terminou se casando com o violinista holandês Victor Robstett, que tinha o título de conde e era na época uma celebridade internacional. Deste modo, a agora condessa encarnou como poucas pessoas o lendário “sonho americano” – que para a imensa maioria das pessoas não passa disso mesmo, um sonho – de alcançar fortuna e posição.
Como passou a ser convidada para muitos eventos na América e na Europa, conheceu o escultor francês Frédéric Auguste Bartholdi. Este havia aceito o convite para criar uma estátua que simbolizasse a independência dos Estados Unidos, país que conhecera e pelo qual passou a nutrir uma profunda admiração. A obra seria um presente da França para o país da América do Norte, quando da passagem do 100º aniversário da sua independência. Foi dele a ideia de retratar em tamanho gigante mulher com uma tocha em uma das mãos e placas na outra, com a data na qual foi escrita a Declaração de Independência.
Ao procurar uma modelo, Bartholdi fez o convite para Isabelle, que o aceitou. Assim, a Estátua da Liberdade, que foi colocada na Ilha Bedloe, no Golfo de Nova Iorque, retrata a antiga deusa romana Libertas, com o rosto da parisiense. E o escultor se inspirou na imagem do Colosso de Rodes, que existiu na Grécia Antiga e foi considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo.
Como curiosidade, o nome original do monumento era Liberdade Iluminando o Mundo, algo bem apropriado para o ego inflado do povo dos EUA. O idealizador da construção foi Édouard Laboulaye e a edificação recebeu financiamento coletivo por parte dos franceses. Sua inauguração se deu no dia 28 de outubro de 1886, sendo agora o ponto turístico mais importante de Nova Iorque, recebendo aproximadamente 4,5 milhões de visitantes a cada ano.
Isabelle Boyer casou ainda uma terceira vez, aos 50 anos, com Paul Sohège, um colecionador de arte famoso. Morreu em sua cidade natal, em 1904, com 62 anos. E está sepultada no cemitério Passy.
26.11.2024

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