BYE BYE X (TWITTER)

O menininho bilionário e mimado chamado Elon Musk anunciou neste sábado, 17 de agosto, que está encerrando no Brasil as operações da rede social X (antigo Twitter) de sua propriedade. O comunicado oficial afirma que a razão seria a “perseguição” perpetrada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo a nota, havia a ameaça de prisão de sua representante legal no Brasil, caso a plataforma não cumprisse o que considerava “ordens de censura”. Para esclarecimento, se torna imprescindível informar que as determinações que Musk e sua empresa se recusavam a seguir eram a retirada do ar de perfis que são investigados por práticas criminosas.

O ministro, por sua vez, destacou a enorme dificuldade de estabelecer contato com a administração da empresa, uma vez que essa sequer tem um canal telefônico e não responde às mensagens que recebe por e-mail. Este silêncio proposital levou Alexandre de Moraes a determinar uma multa à representante legal da empresa, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, de R$ 20 mil a cada dia em que a ordem judicial deixasse de ser cumprida, além de informar que ela seria presa por desobediência.

O escritório do Twitter no Brasil funcionava desde 2012 e chegou a ter mais de cem funcionários. Depois que a empresa foi comprada por Musk houve grande número de demissões e, atualmente, o número total não chegava a 30. Este grupo reduzido foi informado do desligamento ontem, com o anúncio sendo assinado pela CEO Linda Yaccarino. Os acessos ao sistema interno foram revogados ainda antes disso. Quanto ao dever de pagar indenizações, a X não se pronunciou.

Sobre as páginas que precisam ser tiradas do ar e a empresa não quer, são elas de apologia ao nazismo, com orientações para ataques contra estudantes e escolas, as que fazem apologia ao golpe de estado e mais outras comprovadamente propagadoras de fake news. Ou seja, o que se recusam a fazer é cumprir o que determina a legislação brasileira.

O Twitter foi criado em março de 2006, mas lançado oficialmente apenas quatro meses depois. O nome original não tinha as vogais, sendo que em inglês twttr significa gorjear. Isso explica o símbolo adotado, de pássaro estilizado na cor azul. Seus criadores foram Jack Dorsey, Noah Glass, Biz Stone e Evan Williams. A ideia inicial é que ele fosse uma espécie de SMS operado pela internet e não pelas companhias telefônicas. Ou seja, seria um serviço de microblog e rede social, permitindo aos usuários a troca de atualizações pessoais com textos curtos. Os 140 caracteres que valiam no começo hoje são 280, exceto para os assinantes Premium, aos quais é permitido muito mais.

Com uma aceitação enorme, seu uso explodiu em todo o mundo levando a empresa para uma valorização imensa. Então, ela passou a negociar ações na Bolsa de Nova Iorque. Com isso, o bilionário Elon Musk chegou a comprar 9,1% de todas elas, por 2,64 bilhões de dólares, se tornando o maior acionista individual. Em 2022, com uma oferta de 43 bilhões de dólares, adquiriu o controle total. No ano seguinte, mudou o nome e o logotipo, adotando apenas o X para ambos.

Egocêntrico, viciado em drogas – chegou a consumir em pleno trabalho, ao lado de funcionários seus –, com um humor oscilando com rapidez entre o severo e o emotivo, entre o brincalhão e o agressivo, consta ser ele assim em função de instabilidade vivida durante a infância. Nascido na África do Sul, seu pai era abusivo e isso foi marcante na formação da sua personalidade. Adulto – ou nem tanto –, não aceita limites e acredita estar acima de lei, em qualquer país do mundo. Dono de uma fortuna estimada em US$ 267,6 bilhões, algo perto de R$ 1,3 trilhão, conforme a oscilação cambial, entende que pode comprar a tudo e a todos.

O premier da Austrália, Anthony Albanese, o chamou de arrogante por ter recusado a retirar do X imagens de um esfaqueamento ocorrido em uma igreja de Sydney. “Ele pensa que está acima da lei e o que está é acima da decência”, afirmou o primeiro-ministro. Na União Europeia ele segue sendo investigado por uma série de violações em regras que combatem conteúdo ilegal e desinformação. Nos Estados Unidos, atacou o estado de Delaware porque dispositivos legais o desagradaram. E na Bolívia, país onde tem interesse em controlar a mineração, em momento político especialmente turbulento, afirmou: “Nós daremos golpe em quem quisermos. Lidem com isso.”

É esse sujeito que a extrema-direita defende, aceitando a falsa premissa de estar sendo ele vítima de Alexandre de Moraes. Mas, esse grupo de “pessoas de bem” faz isso apenas porque é do seu interesse continuar propagando as mentiras que o conduziu ao poder, para onde pretende voltar em outubro. Não há moralidade, não há nacionalismo, não são valores éticos que estão em jogo. Nem tampouco se pode chamar de censura decisões que são tomadas para evitar crimes. A única coisa que está incorreta nisso tudo é que, mesmo com o fechamento voluntário da sua sede e das suas operações, o X continuará disponível para usuários brasileiros. O que, todos esperamos, possa também ser evitado muito em breve. Pelo bem da democracia.

18.08.2024

Elon Musk, bilionário sul-africano

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