O VISIONÁRIO JÚLIO VERNE

Eu li todos os livros escritos por ele aos quais tive acesso. Óbvio que me refiro aos traduzidos para meu idioma, uma vez que lhe atribuem mais de cem, no total. Fiz isso entre o final da minha infância e a adolescência. Talvez tenha sido com ele que eu aprendi a sonhar de um modo mais amplo. Ou, ao menos, mais ousado e detalhado. Falo do incrível Jules Gabriel Verne (1828-1905), escritor francês que ficou conhecido como Júlio Verne nos países de língua portuguesa. São muitos os críticos que atribuem a ele ter sido o criador do gênero literário conhecido como ficção científica. Isso ou ele era um visionário, alguém com capacidade profética inacreditável. Basta repararmos que nas suas histórias anteviu o aparecimento de máquinas capazes de voar, de submarinos e que o homem teria capacidade tecnológica suficiente para viagens espaciais.

Jules nasceu em Nantes, sendo o filho mais velho do magistrado Pierre Verne e da burguesa Sophie Allote de la Fuÿe. Ele fez seus estudos na escola de Saint-Stanislas, no Petit-Séminaire e no Royal College. Com 17 anos passou férias com sua prima Caroline Tronson e por ela nutriu uma paixão desmedida. Em função disso, acabou sofrendo uma desilusão amorosa profunda, porque ela casou com outro enquanto ele fazia exames em Paris para ingressar na faculdade de Direito – o que não era seu desejo, mas do pai que pretendia que ele seguisse a mesma carreira. Em compensação, foi esse sentimento de perda que fez com que começasse a escrever. O que rendeu um caderno de poesias, uma tragédia e dois romances, sendo que esses últimos sem conclusão. Dois anos depois, participando da vida boêmia parisiense, escreveu também uma peça teatral que foi encenada com a ajuda do seu amigo escritor Alexandre Dumas.

Sua carreira literária, no entanto, só tomou impulso no momento em que ele se associou ao experiente editor Pierre-Jules Hetzel, que trabalhava com nomes como Victor Hugo. Foi ele que publicou a primeira grande novela de sucesso de Verne, em 1862: Cinco Semanas em Um Balão. Ela oferece o relato de viagem à África na qual teria sido usado esse meio de transporte. E com minúcias sobre as culturas, os animais e mesmo coordenadas geográficas, de tal maneira que muitos leitores se perguntavam se aquilo era uma obra de ficção ou a descrição de uma experiência real do autor. Só que ele jamais estivera no continente africado ou dentro de um balão. Tudo fora fruto de alguma pesquisa e muita imaginação. Entre outros livros aclamados vieram então Viagem ao Centro da Terra (1864), Da Terra à Lua (1865), Vinte Mil Léguas Submarinas (1870), A Volta ao Mundo em Oitenta Dias (1873) e A Ilha Misteriosa (1874).

O último livro que ele publicou em vida foi O Senhor do Mundo (1904). Mas, uma obra que escrevera em 1863 teve seu manuscrito encontrado por um neto seu, que a publicou em 1989: Paris no Século XX. O próprio autor a deixara de lado, acolhendo parecer de Hetzel – ambos tiveram parceria de trabalho por mais de 20 anos –, que a considerou depressiva e muito diferente da fórmula de sucesso alcançada com as demais. Há também textos de Júlio Verne nos quais ele se posiciona sobre o uso errôneo da tecnologia pela humanidade e os impactos ambientais. Além disso, seu único filho editou trabalhos incompletos, aos quais adicionou capítulos. Nestes, removeu trechos em esperanto, o idioma que havia despertado interesse do pai.

Estatísticas da Unesco comprovam que Júlio Verne foi um dos escritores cujos livros foram mais traduzidos em toda a história. Em 148 idiomas distintos eles podem ser encontrados. O cinema aproveitou 33 obras dele, dando origem a um total de 95 filmes, além de adaptações que viraram séries televisivas.

31.07.2024

Jules Gabriel Verne, o escritor francês conhecido com Júlio Verne

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O bônus musical de hoje começa com uma montagem, destacando uma música épica “ilustrada” por cenas que remetem às criações de Júlio Verne. Depois temos o áudio de Ficção Científica, com o grupo Capital Inicial.