SERIA ABSURDO ESTARMOS SÓS

O ser humano desde sempre olhou para os céus, tentando imaginar o que existia “lá em cima”. Ainda nos mais remotos tempos era tomado pelo assombro ao ver as estrelas, a Lua e o Sol sem entender o que de fato era isso tudo. Havia muito medo, diante do desconhecido, mas também uma enorme curiosidade. E essa só aumentou quando a ciência foi criando instrumentos que passaram a trabalhar no esclarecimento disso, mesmo que até hoje muitas respostas – provavelmente a maioria delas – sigam inconclusivas e ainda não existam soluções para todas as dúvidas e problemas levantados. Mas, de residência de deuses amados e temidos, nossa percepção evoluiu para uma espantosa noção sobre a imensidão do Universo e das estruturas que o compõem.

Entretanto, entre todas as buscas realizadas, a que sempre interessou mais foi saber se estamos sós ou se existe vida fora do planeta Terra. Aliás, esse é um tema que suscita enormes paixões. Sem se abordar o viés religioso, até porque a humanidade pode ser uma obra de Deus sem a necessidade de que seja única, o ideal é discutir o assunto usando a ciência como referência e ponto de partida.

Vamos então usar nosso próprio planeta como exemplo. Se por aqui, a partir de condições favoráveis, surgiu a vida com tamanha diversidade, sendo o Universo vasto como se sabe que é, se torna quase um enorme absurdo probabilístico não existir vida em muitos outros planetas. Carl Edward Sagan (1934-1996), astrônomo e astrofísico estadunidense, colocava isso de forma bem humorada, ao afirmar que “se não existe vida fora da Terra, então o Universo é um grande desperdício de espaço.”  Ele foi autor de mais de 600 publicações científicas, além de vinte livros nos quais escrevia sobre fatos irrefutáveis da ciência e não apenas sobre ficção científica, algo que também o notabilizou.

Sobre essa vastidão citada nos parágrafos anteriores, as estimativas apontam que devam existir pelo menos dois trilhões de galáxias, que são enormes amontoados cósmicos onde existem mais de dez sextilhões de estrelas somadas. Cada sextilhão é composto por 21 zeros colocados à direita do número um. Agora, como no entorno de cada uma dessas estrelas, que são sóis, podem existir muitos planetas, é melhor nem se tentar alcançar a compreensão do que seja o seu provável total. E vejam que estamos falando daquilo que é em tese observável, uma vez que o Universo segue em expansão.

Agora, aqui neste minúsculo planeta, onde existe uma humanidade de tal forma arrogante que ousa se apresentar como única, como tendo sido criada “à imagem e semelhança de Deus”, já se tem tecnologia suficiente para uma busca mais precisa sobre companhia. E um destes avanços responde pelo nome de James Webb, com o qual foi batizado o mais preciso telescópio criado até agora, que foi lançado ao espaço para que as análises fossem mais perfeitas. Sua varredura atingiu um nível de eficiência e precisão até agora jamais alcançado. E isso permite que se descubra e veja de perto muitos dos chamados exoplanetas existentes, aqueles que estão fora do nosso sistema solar.

Essa verdadeira obra-prima da engenharia pode, por exemplo, permitir que nos debrucemos sobre Próxima Centauri B. Esse nome esquisito é o que foi dado a um exoplaneta que orbita a zona habitável – distância que permite o surgimento de condições favoráveis ao desenvolvimento da vida, do modo que a conhecemos – da estrela anã vermelha Próxima Centauri. Essa é a mais próxima do nosso Sol, estando distante “apenas” 4,2 anos luz de distância da Terra. Nesse local, a constelação de Centaurus, se buscam os primeiros indícios de que algo esteja vivo.

A verdade é que nada nos garante que seja encontrado algo parecido com a forma humana. Na ficção, para facilitar nossa compreensão, essa sempre é a principal possibilidade. Mas, basta que se veja a diversidade biológica enorme que existe aqui na Terra, com milhares de espécies a habitando, para que a lógica literária e cinematográfica seja contestada, subvertida. Então, quem parar em alguma estrada para adquirir aqueles ETs verdinhos, oferecidos nas tendas em tantos percursos, pode estar adquirindo um exemplar nada fidedigno. Mesmo assim, estará ao menos se preparando para uma descoberta que um dia virá, segundo acreditam nossos cientistas mais renomados. Seja nesse “endereço” que agora será pesquisado ou em outro qualquer.

08.01.2024

A Terra e Próxima B colocadas lado a lado, em representação artística feita pela NASA

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O bônus de hoje é a música S.O.S., de Raul Seixas.