VOLTE LOGO, PTB!

Não se passaram 30 dias de sua morte e ele está reencarnando. Nesta volta à vida, promete se afastar do caminho trilhado nos estertores da existência anterior, quando desonrou sua própria história ao se distanciar dos propósitos iniciais, tomando rumos tortuosos e opostos aos que dele sempre se esperou. O Partido Trabalhista Brasileiro, sigla fundada por Getúlio Vargas e que abrigou figuras que foram verdadeiros ícones da vida pública brasileira, como Leonel Brizola e João Goulart, foi extinto oficialmente no mês passado, ao confirmar fusão com o Patriota. Mas, entrou em imediato processo de recriação.

A legenda, que estava sendo comandada por Roberto Jefferson, aquele ex-deputado que se encontra preso por tentar matar policiais federais que foram até sua residência – fez disparos de arma de fogo e chegou a jogar granadas contra eles –, pode não apenas estar em breve de volta como também retornando ao espectro da esquerda. Isso porque os que assinam este pedido de renascimento são brizolistas que jamais se conformaram em ver o PTB atuando como um acessório, verdadeiro penduricalho a serviço de interesses que sempre passaram longe dos que norteiam ideais trabalhistas. Além da figura sombria desse seu último presidente, também o policial reformado Fabrício Queiroz, aliado de Jair Bolsonaro e envolvido no escândalo das rachadinhas, assim como o ex-deputado Daniel Silveira – que também está preso –, são dois outros exemplos de quem andou fazendo uso desse espaço político.

O aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que seja iniciada a coleta de assinaturas para a recriação do PTB foi dado na sexta-feira passada, dia 1º de dezembro. Isso já consta no rol do tribunal e agora começa o prazo de dois anos para a coleta das 500 mil assinaturas que são necessárias. Enquanto isso, os inquilinos agora são parte de um tal PRD – Partido da Renovação Democrática. E, como aqui é o Brasil, seus integrantes não representam qualquer renovação e muito menos são democráticos. A fusão com o Patriotas não foi por afinidade ideológica, mas devido ao fato de não terem conseguido nenhum dos dois alcançar votação que lhes permitisse sobreviver à cláusula de barreira. Ou seja, ficaram sem a garantia dos fundos partidários e eleitoral.

Quem está à frente do processo de recriação da sigla PTB é Vivaldo Barbosa, ex-deputado constituinte e ex-secretário da Justiça durante o primeiro mandato de Leonel Brizola no Executivo fluminense, no ano de 1983. O desejo manifestado é que seja recuperado o que ele chamou, nas declarações à imprensa, de “trabalhismo de verdade”. O PTB original nasceu em 1945 e foi extinto pela ditadura militar. Com o fim deste regime autoritário, ele foi refundado em 1980, depois de uma batalha judicial. Isso porque Brizola desejava muito retomar a legenda, depois de ter voltado do exílio, mas numa articulação comandada por Golbery do Couto e Silva permitiu que ela fosse entregue para Ivete Vargas, uma sobrinha-neta do ex-presidente que foi cooptada pelo sistema vigente.

Foi marcante a cena do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, chorando diante das câmeras de televisão, quando a decisão do TSE foi anunciada. Ivete, por sua vez, realinhou o partido ao PDS, que era o braço político dos militares, tendo sucedido a Aliança Renovadora Nacional (Arena). Outro momento relevante aconteceu em 2020, quando as tradicionais cores vermelho, preto e branco foram trocadas, por uma decisão de Roberto Jefferson, pelo verde e o amarelo. Essa foi referência ao alinhamento ideológico com o grupo bolsonarista, assim como o fato de terem adotado o lema “Deus, Família, Pátria e Liberdade”. O estatuto da retomada já informa, no documento constitutivo, a retomada das cores originais, com bandeira dividida em três listras verticais com o nome do partido no centro. E os princípios adotados deverão ser o nacionalismo, com democracia, trabalhismo e socialismo. E existe o desejo de manter o mesmo número 14 que o acompanha desde 1985. Essa última definição, no entanto, só se confirmará com a obtenção das assinaturas previstas em lei. Representações constituídas em 20 Estados já estão trabalhando nesse sentido.

06.12.2023

Brizola chora ao perder a legenda PTB. Depois, em função disso, fundou o PDT

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