PONDO O DEDO NA FERIDA

No primeiro dia deste mês de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes, o presidente Lula proferiu discurso que entrará para a história pela sua oportunidade e relevância. Fez isso na abertura da COP 28, a conferência mundial do clima da Organização das Nações Unidas. O evento, que se estende por duas semanas, se trata de uma iniciativa anual que tem como objetivo debater as mudanças climáticas, buscar soluções para os problemas ambientais que afetam o planeta e ainda negociar acordos que facilitem a implementação de medidas nesse sentido.

Com a força que sua presença tem e o respeito que angariou ao longo de sua vida pública como um dos maiores líderes mundiais, Lula se atreveu a puxar orelhas. Falando para representantes de centenas de governos, diplomatas, cientistas, entidades privadas e membros de organizações da sociedade civil, fez uma comparação irrefutável. Ele lembrou que se está sempre pedindo recursos para enfrentamento dos efeitos climáticos e da fome mundial, mas que apenas aquilo que no último ano foi gasto pela indústria armamentista resolveria a situação. Ressaltou ser inadmissível que o gasto com armas supere aquele necessário para salvar vidas perdidas pela desnutrição. E questionou quantas toneladas de carbono estariam “sendo emitidas pelos mísseis que cruzam os céus e desabam sobre civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças”.

Segundo o presidente eleito pela maioria dos brasileiros, é inegável que o mundo naturalizou disparidades inaceitáveis de renda, de gênero e de raça, não sendo possível enfrentar questões como a mudança do clima sem que se combata a desigualdade. E não poupou nem quem era a responsável pela organização do evento, ao criticar a postura da ONU e sua incapacidade de manter a paz, “simplesmente porque alguns dos seus membros lucram com as guerras”. Ele ainda destacou que nenhum governante pode ser eximido de suas responsabilidades. E que “nenhum país resolverá seus problemas sozinho: somos todos obrigados a atuar juntos, além das fronteiras estabelecidas”.

Na opinião de Lula, “o planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos, de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas, de discursos vazios”. E, ao afirmar isso, ele ressaltou que se precisa agora é de atitudes e práticas. Depois, para que não fosse ele próprio acusado de estar fazendo mais um dos tais discursos vazios, assegurou que o Brasil está disposto a liderar pelo exemplo. Que por aqui as metas estão sendo ajustadas e que estão muito mais ambiciosas do que as de muitos países desenvolvidos.

Além do desmatamento, que no governo anterior era incentivado aqui em nosso país, sendo agora combatido, também é importante destacar as peculiaridades da nossa matriz energética. Temos alternativas como a trazida pelo etanol, além de gerarmos energia elétrica mais a partir de hidrelétricas do que por usinas termoelétricas. E mesmo entre essas, são apenas dez as que ainda existem movidas a carvão mineral, que é muito poluente. Temos 286 empreendimentos de biomassa, 48 a gás, 44 a óleo e outros 11 que podem ser bicombustíveis. Cresce ainda o trabalho de implementação de grandes áreas para torres eólicas e o uso de energia solar. Deste modo, temos tudo para nos tornarmos um exemplo tão forte quanto foram fortes as palavras de Lula em Dubai.

04.12.2023

P.S.: Não deixe de “rolar” o texto do blog, porque hoje temos logo após as chamadas para doações e antes do bônus musical aquelas informações adicionais como propostas para reflexão.

COP 28: unindo o mundo para combater as mudanças climáticas

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ALGUMAS COISAS PARA SE PENSAR (12)

  1. A policial militar Vaneza Lobão foi assassinada com tiros de fuzil, na porta de sua casa, na noite da sexta-feira, 24 de novembro. Ela estava trabalhando em investigação contra milícias que atuam na sua cidade, o Rio de Janeiro. Era conhecida por sua determinação e pela seriedade com que desempenhava funções na estrutura da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. Formada em Direito, 31 anos de idade, era policial há dez. Nenhum dos membros do clã Bolsonaro ou quaisquer dos deputados de direita que vivem fazendo apologia com a segurança pública tratou de se manifestar repúdio contra o ato. Também não foram enviadas notas de pêsames aos familiares.
  2. O médico Leandro Boldrini, que está preso na cidade de Santa Maria cumprindo pena de 31 anos e oito meses de prisão pelo assassinato do seu próprio filho de 11 anos, Bernardo, foi absolvido pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul, o Cremers. Seus pares entenderam que ele “não cometeu ilícitos médicos durante o exercício profissional”. Convém lembrar que o menino foi dopado com barbitúricos e depois morto com aplicação de uma injeção letal. Leandro obtivera, ainda em julho, progressão de regime e passou para o semiaberto.

O bônus de hoje é a música As Forças da Natureza, de João Nogueira, na voz de Teresa Cristina.